Sarney está certo sobre boi e piranha
MILTON COELHO DA GRAÇA
Ninguém conhece mais uma instituição do que o seu próprio presidente, especialmente se já for um veterano de muitos carnavais. Por isso, não há dúvida de que o senador José Sarney está absolutamente certo e somente por cautela política não fez a identificação precisa: o Brasil é o boi e as piranhas são Suas Excelências.
Mesmo depois das escandalosas revelações que provocaram o desabafo presidencial, novas “escavações” dos jornalistas continuaram a revelar novas picaretagens: 181 diretorias (com salários de dar inveja a 99% dos brasileiros e tem até diretor de garage), a maioria dos cargos preenchidos por amigos dos senadores e/ou de outros diretores, casas pagas pelo contribuinte mas cedidas a filhotes e outros parentes, a coisa já era de estarrecer até quando se descobriu que a própria filha de Sarney (e também mãe da Pátria), impossibilitada de viajar por motivo de saúde, distribui passagens (pagas pelos contribuintes) a amigos maranhenses.
Um jornal de São Luiz, depois de ver a lista dos nomes fornecidos pela própria agência de viagens que emitiu as passagens – todos de gente rica mas que também gostam de uma boquinha - identificou-os sem pestanejar como parceiros dos jogos de baralho que d. Roseana muito aprecia. Desmentidos choveram – enviados à imprensa pela própria senadora e seus muitos assessores – mas em nenhum momento reveladores de outras explicações. O que me leva a crer que o jornal de São Luís revelou nada mais do que a incrível verdade.
As Catilinárias são uma série de quatro discursos do cônsul romano Marco Túlio Cícero no ano 63 A.C., contra o senador Lúcio Sérgio Catilina, que revelava sôfrega ambição por poder e riquezas. Cícero (mais ou menos no mesmo tom em que o senador Jarbas Vasconcelos falou há poucas semanas) assim iniciou seu primeiro discurso:
“O tempora, o mores! Que tempos, que costumes?
Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência?
Por quanto tempo ainda esse teu rancor nos enganará?
Até que ponto chegará a tua audácia desenfreada?”
Catatilina acabou afastado do Senado e tentou um golpe contra a República, morrendo em campo de batalha ou enforcado. Aqui no Brasil, vários de seus semelhantes apoiaram o golpe de 64 e continuaram se dando bem na democracia e, especialmente, no próprio Senado.
E são tantos os possíveis Catilinas de hoje, que Cícero, olhando em sua volta no Senado, ficaria em dúvida sobre quem apontar e dizer, no último de suas quatro Catilinárias:
“Que alegria não experimentarás, com que júbilo não hás de exultar, com que prazer tamanho andarás em orgiástico delírio, quando, entre o número tão avultado dos teus, não conheceres nem vires um só homem de bem!”
(Saiba mais)
Ninguém conhece mais uma instituição do que o seu próprio presidente, especialmente se já for um veterano de muitos carnavais. Por isso, não há dúvida de que o senador José Sarney está absolutamente certo e somente por cautela política não fez a identificação precisa: o Brasil é o boi e as piranhas são Suas Excelências.
Mesmo depois das escandalosas revelações que provocaram o desabafo presidencial, novas “escavações” dos jornalistas continuaram a revelar novas picaretagens: 181 diretorias (com salários de dar inveja a 99% dos brasileiros e tem até diretor de garage), a maioria dos cargos preenchidos por amigos dos senadores e/ou de outros diretores, casas pagas pelo contribuinte mas cedidas a filhotes e outros parentes, a coisa já era de estarrecer até quando se descobriu que a própria filha de Sarney (e também mãe da Pátria), impossibilitada de viajar por motivo de saúde, distribui passagens (pagas pelos contribuintes) a amigos maranhenses.
Um jornal de São Luiz, depois de ver a lista dos nomes fornecidos pela própria agência de viagens que emitiu as passagens – todos de gente rica mas que também gostam de uma boquinha - identificou-os sem pestanejar como parceiros dos jogos de baralho que d. Roseana muito aprecia. Desmentidos choveram – enviados à imprensa pela própria senadora e seus muitos assessores – mas em nenhum momento reveladores de outras explicações. O que me leva a crer que o jornal de São Luís revelou nada mais do que a incrível verdade.
As Catilinárias são uma série de quatro discursos do cônsul romano Marco Túlio Cícero no ano 63 A.C., contra o senador Lúcio Sérgio Catilina, que revelava sôfrega ambição por poder e riquezas. Cícero (mais ou menos no mesmo tom em que o senador Jarbas Vasconcelos falou há poucas semanas) assim iniciou seu primeiro discurso:
“O tempora, o mores! Que tempos, que costumes?
Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência?
Por quanto tempo ainda esse teu rancor nos enganará?
Até que ponto chegará a tua audácia desenfreada?”
Catatilina acabou afastado do Senado e tentou um golpe contra a República, morrendo em campo de batalha ou enforcado. Aqui no Brasil, vários de seus semelhantes apoiaram o golpe de 64 e continuaram se dando bem na democracia e, especialmente, no próprio Senado.
E são tantos os possíveis Catilinas de hoje, que Cícero, olhando em sua volta no Senado, ficaria em dúvida sobre quem apontar e dizer, no último de suas quatro Catilinárias:
“Que alegria não experimentarás, com que júbilo não hás de exultar, com que prazer tamanho andarás em orgiástico delírio, quando, entre o número tão avultado dos teus, não conheceres nem vires um só homem de bem!”
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