2.8.09

Capacho da ditadura

Desembargador Dácio Vieira (à esquerda na foto), que determinou censura, é ligado a Sarney e Agaciel

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Diário de Pernambuco, 25/04/2009:

Bodas de prata

Sebastião Nery

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Sarney

Depois do discurso da oposição, todos esperaram o discurso do governo. Tinha falado o presidente do PMDB. Era hora do presidente do PDS. Mas o senador José Sarney, como sempre, escondido atrás de seus bigodes de poodle assustado, sumiu. Distribuiu à imprensa uma nota reles:

- “O discurso do presidente do PMDB foi uma palavra de intolerância. Sua linguagem é arrogante e autoritária. Investe-se unilateralmente de um mandato que não obteve do país, falando em nome dele e de todos, por delegação das palmas e não dos votos. O PDS repele o radicalismo. As “Medidas de Emergência” estão na Constituição”.

Diretas já

No dia seguinte, 25 de abril, 25 anos hoje, 298 deputados votaram pelas “Diretas Já”, 65 votaram contra e 3 se abstiveram. Sarney mais uma vez tinha cumprido o destino de capacho do poder. Obrigado, obedeceu, e tornou-se o porta-voz do atraso e da ditadura. Disse que Ulysses tinha “delegação das palmas e não do voto”, insinuando que o partido presidido por ele, o PDS, era a maioria e apoiava o governo e portanto ele Sarney é quem falava pela maioria. Não foi o que a votação revelou.

Só 65 seguiram Sarney e a ditadura. Aqueles 22 votos que faltaram, para que fossem alcançados os 320 necessários à aprovação, foram arrancados do Congresso pelo chicote do general Newton Cruz e pelo servilismo de Sarney, que de seu gabinete articulou até o fim para conseguir os 65 que impediram as Diretas. Era o legado maldito de Sarney, do seu PDS e da ditadura à história, que, em um truque diabólico, usou uma infecção hospitalar para entregar a Sarney a presidência da República.

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