6.8.09

Vossa excelência é o cacete!

ANDREI BASTOS

“Imbecis”, “manda ele para…”, “coronel cangaceiro”, “coronel de merda”. É com essas expressões e muitos outros excrementos verbais que os aliados do afogado José Sarney procuram desviar a atenção da mídia e da opinião pública da cadeira da presidência do Senado, a cada dia maior em relação à pequenez do seu ocupante atual. Aliás, uma pequenez que sempre existiu, mascarada pelas liturgias fajutas, e que rima com a única grande característica do sujeitinho, que é a desfaçatez.

Que Sarney, capacho da ditadura, só é grande no personagem que inventou para si mesmo, não é novidade. Mas será que também é esquizofrênico e está vivendo o personagem inventado, que um dia habitará algum escrito de qualidade duvidosa como os já “cometidos” por ele? De modo algum. Como sempre diz seu principal mais novo amigo de infância política, porque outra ele não teve, neste país é assim mesmo, sempre foi assim…

Eu luto dia após dia contra isso e espero estar errado, mas penso que a política brasileira sempre foi uma farsa e não será agora que deixará de ser e a atual gangue que a domina será escorraçada e punida. Infelizmente. Mesmo quando o povo se mobilizou em torno de grandes causas, o que existiu de verdade foi manipulação por grupos com grandes interesses, sempre maiores e mais poderosos do que a mídia e a opinião pública. De que adiantou lutar pelas eleições diretas se o que temos hoje é uma ditadura de ladrões?

Ora, coisas piores já aconteceram no plenário do Senado, como, por exemplo, a história do assassinato cometido pelo senador Arnon de Mello, pai do ex-presidente da República e atual senador e “cachorro louco” Fernandinho Beira-Mar, quer dizer, Fernando Collor de Mello. Em 1963, diante de todos, Arnon deu cinco tiros em outro senador, Silvestre Péricles. Para infelicidade de um terceiro parlamentar, José Kairala, o pai do “cachorro louco” errou o alvo e o acertou, matando-o.

Arnon de Mello não sofreu nenhuma punição e não teve o mandato cassado. É com a certeza da impunidade que essa história lhes dá, que tanto o filho do senador assassino como seus comparsas das Alagoas e do Maranhão partem para a agressão e a mentira descarada que, na verdade, são seus crimes menores.

Acontece que, considerando o desequilíbrio psicológico do “cachorro louco” e a natureza bandoleira da política das Alagoas, esta brincadeira diversionista pode acabar mal. Quem apertará o gatilho desta vez? Sabemos que o afogado não tem coragem e a tremedeira das mãos não permitiria. Além disso, como revelam as últimas imagens na mídia, atualmente ele anda escoltado pelos capangas Collor e Calheiros, um de cada lado, a quem cabe todo o serviço sujo. Mas se o bicho pegar, perde o playboy e perde a democracia.

Ficando só na brincadeira da cara feia, quem mais perderá será o imbecil que abraçou o afogado e irá, junto com ele, para o fundo do lamaçal dessas práticas inescrupulosas que eles chamam espertamente de política. Já começam a aparecer divisões em suas fileiras e, com isso, esse grupo de bandoleiros acabará isolado e sem futuro político, podendo dar adeus à continuidade em 2010.

É fácil ser falsamente grande e ficar se chamando de vossa excelência com o dinheiro público roubado. É fácil atender o desejo de uma neta com esse mesmo dinheiro público. O que não é fácil é a gente chamar essa corja de vossas excelências. Vossa excelência é o cacete!

***

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