3.6.09

Vamos começar a formar brasileiros sem preconceito ou discriminação

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From: ricardobmarques@…
To: ethos-paideia@grupos.com.br
Sent: Friday, May 29, 2009 12:28 AM
Subject: RES: [Ethos-paidéia] Vamos começar a formar brasileiros sem preconceito ou discriminação

Andrei, se um dia vieres a Fortaleza, venha conhecer o Colégio Kerigma, que há 20 anos prega e pratica educação inclusiva, que agora está virando moda…

Entre muitos alunos que indevidamente alguns chamam de “normais”, temos também alunos portadores de síndrome de Down, acometidos por paralisia cerebral e enfermidades crônico-degenerativas, deficientes auditivos, hiperativos, disléxicos e por aí vai. Todos convivendo harmonicamente, em mútuo apoio. Claro, há problemas e falhas, já que a perfeição não existe fora do céu… Contudo, a cada dia me empolgo e me maravilho mais com os resultados altamente positivos desse trabalho.

Um dia desses alguém manifestou dúvida sobre nossa eficiência acadêmica, questionando se com um sistema tão diferente e especial, conseguimos que os alunos passem no vestibular. Eu poderia ter-lhe respondido citando os muitos que já passaram nos vestibulares mais difíceis, dentre os quais vários que hoje se destacam profissionalmente e também nas demais áreas da vida para as quais as escolas em geral não se importam em formar. Poderia ter citado os diversos ex-alunos que hoje estão no MIT (temos um que tirou 1º lugar na seleção do MIT de 2007/2008, desbancando os próprios americanos), na Universidade da Califórnia (temos um que está concluindo Engenharia Aeroespacial lá), na Universidade de Heldelberg (um dos nossos ex-alunos, que inclusive nos deu muito trabalho (rsrsrs) está cursando doutorado em Biotecnologia Molecular e desenvolvendo um projeto com células-tronco), na Universidade de Harvard (uma ex-aluna nossa ganhou uma bolsa lá de doutorado em Genética Odontológica) e tantos outros. Mas limitei-me a mencionar um exemplo extremo, que dirimiu a dúvida de imediato…

Anos atrás um menino fora rejeitado pela maioria dos grandes colégios de Fortaleza por sofrer de paralisia cerebral e, por isso, não representar um potencial “ativo” lucrativo para eles… Mas nós o recebemos no Kerigma e trabalhamos com ele com todo afinco e amor, com ele convivendo com colegas que o ajudavam até a andar, subir escadas, beber água, comer, jogar futebol etc. (a inteligência dele era normal)… Assim ele ficou conosco do 5º ano do Fundamental ao 3º do Ensino Médio… E recentemente ele passou no vestibular para Ciências Contábeis na UFC e para Administração na UECE, as duas universidades mais concorridas do Ceará… E passou da primeira vez… E já está cursando.

Sabemos de casos e mais casos de adolescentes e jovens com essa mesma deficiência, e que, por falta de apoio, se convenceram de que não tinham futuro, de que não poderiam brincar, estudar, conviver normalmente com outros diferentes deles… Mas temos tentado ajudar aqueles que estão ao nosso alcance. Infelizmente não temos como aceitar muitos alunos especiais, pois excedido um limite por turma, há risco de inviabilizar o funcionamento das rotinas. Assim, infelizmente temos de limitar. Por isso sonhamos com o dia em que outras escolas despertarão para fazerem o mesmo.

Venha nos visitar um dia, está bem?

Grande abraço, e continue sua luta!

Ricardo.

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