Ponto de luta e não de luto
Ponto
de luta e não de luto
“Em cidades como Berlim, Paris e San
Francisco, para ficar em poucos exemplos, é comum vermos ‘monumentos’ urbanos
aos mortos por causas externas. Em San Francisco, a silhueta de um homem negro
assassinado pela polícia foi pintada no asfalto; em Berlim, lembro de uma
bicicleta retorcida pintada de branco na esquina de um atropelamento. São ações
de cidadania e memória”. Assim a jornalista Flávia Oliveira começa uma postagem
no Facebook a respeito do nosso ato de pintar de branco o ponto de ônibus em
que nosso amado filho Alex Schomaker Bastos foi assassinado pelo descaso do
poder público.
E nem precisamos ir tão longe: aqui
mesmo, no Rio de Janeiro, podemos citar o Túnel Acústico Rafael Mascarenhas e
os meninos da Candelária pintados no chão.
Desde o início acusamos o Estado
brasileiro, configurado nos governos federal, estadual e municipal, de culpados
pela morte de Alex, em última análise. Se, pela ordem e combinados, Educação,
Segurança e espaços públicos bem iluminados e conservados fossem prioridades,
teríamos um país mais desenvolvido, com sua população vivendo mais tranquila e usufruindo
de cidades efetivamente mais seguras.
Aqui, em frente à UFRJ, onde Alex
estudou e se formou, numa rua até então esquecida pelas rondas policiais e por
quem deveria conservá-la iluminada e limpa, o monumento urbano será um símbolo
do direito de ir e vir em paz dos cidadãos: um ponto de ônibus pintado de
branco. Ponto de luta e não de luto.
Mausy
Schomaker e Andrei Bastos, pais orgulhosos e entristecidos de Alex Schomaker
Bastos.
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