2.3.15

Ponto de luta e não de luto

Ponto de luta e não de luto

“Em cidades como Berlim, Paris e San Francisco, para ficar em poucos exemplos, é comum vermos ‘monumentos’ urbanos aos mortos por causas externas. Em San Francisco, a silhueta de um homem negro assassinado pela polícia foi pintada no asfalto; em Berlim, lembro de uma bicicleta retorcida pintada de branco na esquina de um atropelamento. São ações de cidadania e memória”. Assim a jornalista Flávia Oliveira começa uma postagem no Facebook a respeito do nosso ato de pintar de branco o ponto de ônibus em que nosso amado filho Alex Schomaker Bastos foi assassinado pelo descaso do poder público.

E nem precisamos ir tão longe: aqui mesmo, no Rio de Janeiro, podemos citar o Túnel Acústico Rafael Mascarenhas e os meninos da Candelária pintados no chão.

Desde o início acusamos o Estado brasileiro, configurado nos governos federal, estadual e municipal, de culpados pela morte de Alex, em última análise. Se, pela ordem e combinados, Educação, Segurança e espaços públicos bem iluminados e conservados fossem prioridades, teríamos um país mais desenvolvido, com sua população vivendo mais tranquila e usufruindo de cidades efetivamente mais seguras.

Aqui, em frente à UFRJ, onde Alex estudou e se formou, numa rua até então esquecida pelas rondas policiais e por quem deveria conservá-la iluminada e limpa, o monumento urbano será um símbolo do direito de ir e vir em paz dos cidadãos: um ponto de ônibus pintado de branco. Ponto de luta e não de luto.


Mausy Schomaker e Andrei Bastos, pais orgulhosos e entristecidos de Alex Schomaker Bastos.

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