Comunicação e sustentabilidade no Terceiro Setor
Site da Fundação Astrojildo Pereira, 16/04/2009:
Comunicação e sustentabilidade no Terceiro Setor
ANDREI BASTOS
A cada dia, particularmente diante da atual crise global, fica mais evidente que a Comunicação não serve apenas à divulgação das atividades e à disseminação das ideias e metodologias de trabalho do Terceiro Setor. A exemplo da grande importância que ela alcançou na mídia e no mundo dos negócios, uma boa estratégia de comunicação pode levar organizações não governamentais a influírem decisivamente na formulação e encaminhamento de políticas públicas. Além disso, e na medida em que é bem-sucedida no campo da defesa de direitos, a Comunicação nos dias de hoje é peça fundamental para a sustentabilidade das organizações do Terceiro Setor. Como?
Se associamos a atual falta de credibilidade das instituições tradicionais, a ausência de lideranças suficientemente fortes diante da inexistência de rumos definidos e conhecidos para a vida no planeta e o desmoronamento do sistema financeiro, temos um ambiente extremamente receptivo para ações de comunicação que apresentem caminhos, certezas e segurança.
A despeito de que ações dessa natureza podem servir a más intenções, o que é uma possibilidade que sempre existiu e contra a qual só nos resta a vigilância, como a base que as sustenta, nas suas formulações e mensagens, é real e resultante de práticas de sucesso, embora de alcance restrito devido às limitações orçamentárias das instituições, é a boa estratégia de comunicação que pode levar o mais longe possível a mensagem de cada uma dessas instituições e do Terceiro Setor como um todo.
É verdade que esta capacidade também sempre existiu, só que prejudicada pelo pouco discernimento em relação às suas componentes e pela falta de compreensão do verdadeiro papel da Comunicação no Terceiro Setor. Hoje, independente da área de atuação de uma ONG, a Comunicação já se afirmou como atividade fim, na exata medida em que é essencial para a efetividade das ações de advocacy.
Como atividade fim de quaisquer organizações não governamentais e com papel determinante em advocacy, nada mais coerente do que a Comunicação se confundir com a captação de recursos e também ser determinante para a sustentabilidade do Terceiro Setor, promovendo a interação com seus doadores e financiadores. Colocando estes últimos no papel correto de também protagonistas, torna-os financiadores de si mesmos ao verdadeiramente abraçarem uma causa.
Crise é sempre sinônimo de oportunidade e esta que vivemos hoje, agregando a maturidade atingida pela militância das causas sociais, oferece a possibilidade concreta de as ONGs assumirem papel de vanguarda no processo necessário de reestruturação das relações humanas, sociais, econômicas, políticas e ambientais do planeta. Na questão ambiental, por exemplo, um bom número de pessoas já entendeu que não se trata de salvar o planeta, que sobreviverá à pior das catástrofes, e sim a nós, seres humanos insignificantes, que não sobrevivemos a meros furacões.
Tarefa árdua esta de convencer a maioria das pessoas de que elas são insignificantes em relação à Terra e de que precisam salvar-se e não ao planeta. Este é um dos incontáveis desafios para a Comunicação nos dias de hoje. Mãos à obra!
Comunicação e sustentabilidade no Terceiro Setor
ANDREI BASTOS
A cada dia, particularmente diante da atual crise global, fica mais evidente que a Comunicação não serve apenas à divulgação das atividades e à disseminação das ideias e metodologias de trabalho do Terceiro Setor. A exemplo da grande importância que ela alcançou na mídia e no mundo dos negócios, uma boa estratégia de comunicação pode levar organizações não governamentais a influírem decisivamente na formulação e encaminhamento de políticas públicas. Além disso, e na medida em que é bem-sucedida no campo da defesa de direitos, a Comunicação nos dias de hoje é peça fundamental para a sustentabilidade das organizações do Terceiro Setor. Como?
Se associamos a atual falta de credibilidade das instituições tradicionais, a ausência de lideranças suficientemente fortes diante da inexistência de rumos definidos e conhecidos para a vida no planeta e o desmoronamento do sistema financeiro, temos um ambiente extremamente receptivo para ações de comunicação que apresentem caminhos, certezas e segurança.
A despeito de que ações dessa natureza podem servir a más intenções, o que é uma possibilidade que sempre existiu e contra a qual só nos resta a vigilância, como a base que as sustenta, nas suas formulações e mensagens, é real e resultante de práticas de sucesso, embora de alcance restrito devido às limitações orçamentárias das instituições, é a boa estratégia de comunicação que pode levar o mais longe possível a mensagem de cada uma dessas instituições e do Terceiro Setor como um todo.
É verdade que esta capacidade também sempre existiu, só que prejudicada pelo pouco discernimento em relação às suas componentes e pela falta de compreensão do verdadeiro papel da Comunicação no Terceiro Setor. Hoje, independente da área de atuação de uma ONG, a Comunicação já se afirmou como atividade fim, na exata medida em que é essencial para a efetividade das ações de advocacy.
Como atividade fim de quaisquer organizações não governamentais e com papel determinante em advocacy, nada mais coerente do que a Comunicação se confundir com a captação de recursos e também ser determinante para a sustentabilidade do Terceiro Setor, promovendo a interação com seus doadores e financiadores. Colocando estes últimos no papel correto de também protagonistas, torna-os financiadores de si mesmos ao verdadeiramente abraçarem uma causa.
Crise é sempre sinônimo de oportunidade e esta que vivemos hoje, agregando a maturidade atingida pela militância das causas sociais, oferece a possibilidade concreta de as ONGs assumirem papel de vanguarda no processo necessário de reestruturação das relações humanas, sociais, econômicas, políticas e ambientais do planeta. Na questão ambiental, por exemplo, um bom número de pessoas já entendeu que não se trata de salvar o planeta, que sobreviverá à pior das catástrofes, e sim a nós, seres humanos insignificantes, que não sobrevivemos a meros furacões.
Tarefa árdua esta de convencer a maioria das pessoas de que elas são insignificantes em relação à Terra e de que precisam salvar-se e não ao planeta. Este é um dos incontáveis desafios para a Comunicação nos dias de hoje. Mãos à obra!
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