João, versículo 07-02-2007
ANDREI BASTOS
João, espero que sua morte tenha acontecido no primeiro momento, na primeira piedosa pancada em sua cabeça de menino, quando você ainda poderia estar pensando que começava alguma confusa aventura radical, como numa montanha russa de parque de diversões.
Sim, João, espero que sua morte tenha sido desse jeito, com toda a sinceridade do meu coração cheio de culpa. De culpa, João, porque eu sou o responsável pelo que aconteceu. Na verdade, nenhum de nós, que ficamos neste mundo de bárbaros, somos dignos de você.
Afinal, os menos culpados são os delinqüentes que roubaram o carro da sua mãe e saíram feito Clóvis no Carnaval, desferindo golpes na nossa consciência com seu frágil corpo de criança. Você, com sua sabedoria infantil, deve ter compreendido isso também num primeiro instante, quando tudo deixou de parecer o que poderia ter imaginado como confusa e tumultuada brincadeira.
Agora você está no Céu brincando feliz com muitos outros anjos crianças, pode ver com clareza nossa infelicidade aqui na Terra e entende o que meu coração entristecido tenta dizer:
Os culpados somos nós, corruptos, que roubamos o dinheiro que poderia proporcionar mais oportunidades na vida para os pobres e, com isso, promovemos a degeneração social em que vivemos; somos nós, gananciosos, que não temos tempo para realizar as coisas mais simples para o bem comum; somos nós, negociantes de leis e sentenças, que deformamos na essência a ética que deveria determinar os rumos da pobre vida neste país. Somos todos nós, indignos de você.
A lista é muito maior, você sabe muito bem disso, João, aí no meio das nuvens, enquanto corre de uma para a outra brincando de pique-esconde com seus novos amigos, eternos graças a Deus.
Perdoe-nos, João.
João, espero que sua morte tenha acontecido no primeiro momento, na primeira piedosa pancada em sua cabeça de menino, quando você ainda poderia estar pensando que começava alguma confusa aventura radical, como numa montanha russa de parque de diversões.
Sim, João, espero que sua morte tenha sido desse jeito, com toda a sinceridade do meu coração cheio de culpa. De culpa, João, porque eu sou o responsável pelo que aconteceu. Na verdade, nenhum de nós, que ficamos neste mundo de bárbaros, somos dignos de você.
Afinal, os menos culpados são os delinqüentes que roubaram o carro da sua mãe e saíram feito Clóvis no Carnaval, desferindo golpes na nossa consciência com seu frágil corpo de criança. Você, com sua sabedoria infantil, deve ter compreendido isso também num primeiro instante, quando tudo deixou de parecer o que poderia ter imaginado como confusa e tumultuada brincadeira.
Agora você está no Céu brincando feliz com muitos outros anjos crianças, pode ver com clareza nossa infelicidade aqui na Terra e entende o que meu coração entristecido tenta dizer:
Os culpados somos nós, corruptos, que roubamos o dinheiro que poderia proporcionar mais oportunidades na vida para os pobres e, com isso, promovemos a degeneração social em que vivemos; somos nós, gananciosos, que não temos tempo para realizar as coisas mais simples para o bem comum; somos nós, negociantes de leis e sentenças, que deformamos na essência a ética que deveria determinar os rumos da pobre vida neste país. Somos todos nós, indignos de você.
A lista é muito maior, você sabe muito bem disso, João, aí no meio das nuvens, enquanto corre de uma para a outra brincando de pique-esconde com seus novos amigos, eternos graças a Deus.
Perdoe-nos, João.
1 Comentários:
Olá Andrei,estive meditando em seu depoimento ,sem vãns demagogias parabeniso pelo seu esforço em transmitir uma verdadeira responsabilidade para cada um de nós.Que vc possa em palavras unificar os corações de cada um , para lutarmos em busca de melhoras, Parabéns pelo seu brilhante trabalho.
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