14.9.07

Discriminação no Parapan (3)

Jornal Lance, Poliesportivo, 14/09/2007:

INVESTIGAÇÃO

Tumulto e gritos na CPI do Parapan
Comissão é instaurada com imparcialidade sob suspeita

Michel Castellar. RIO

Confusão, discussão e jogo político marcaram a instauração da CPI dos Jogos Parapan-Americanos, ontem, na Câmara dos Vereadores do Rio. O desencontro foi tanto que nem a vereadora Silvia Pontes (DEM), eleita presidente da comissão, sabia qual era o objetivo das investigações.

Sem esconder seu repúdio à CPI do Parapan, o prefeito do Rio, César Maia, foi beneficiado na instauração da comissão. As investigações terão por presidente uma vereadora de seu partido e, na relatoria, um aliado, Jorge Mauro (PRTB).

A escolha dos nomes para os cargos na CPI ocorreu em reunião fechada, na sala do líder do governo na Câmara, o vereador Paulo Cerry (DEM), outro membro da comissão.

Mas, a previsão era a de o encontro ser aberto ao público.

Inconformado com o resultado da eleição – pois queria ser o presidente da Comissão – o vereador Márcio Pacheco assegurou que vai elaborar um relatório paralelo ao oficial. Autor da proposta de criação da CPI, além do seu voto, só obteve o de Patrícia Amorim (PSDB) – Silvia ganhou três.

O clima tenso do final do encontro se estendeu aos corredores da Câmara. Cerca de dez representantes do Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD) aguardavam os políticos e, ao saberem que a CPI seria presidida por Silvia, a discussão começou.

- Colocaram a raposa para tomar conta do galinheiro. Uma CPI presidida por Silvia e com o Jorge na relatoria não pode ser séria – esbravejou o assessor do IBDD e ex-atleta cadeirante, Luiz Cláudio Pereira, que acendeu a pira do Parapan-Americano do Rio de Janeiro.

Para tentar se defender, Silvia argumentou que se esforçará para investigar a morte do mesa-tenista argentino Carlos Maslup, ocorrida em 22 de agosto. A afirmação revoltou os representantes do IBDD, porque a comissão instaurada apurará o descaso e a falta de atenção dos organizadores com os atletas do parapan carioca.

- Fui voluntária no Parapan sem fazer propaganda disso. Diante de vocês, tenho até vergonha de ser normal – falou Silvia, que chegou a gritar com seus interlocutores.

- Só peço um voto de confiança.

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