22.5.08

Casa de Francisco de Assis

O repórter Edney Silvestre entrevistou Elizabeth Menezes Bonfim, presidente da Casa de Francisco de Assis, na coluna Bate-Papo do RJTV de 03/05/2008.



Transcrição:

Há 32 anos, uma instituição de ajuda humanitária em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, presta auxílio a pessoas carentes. Conheça a história da Casa de São Francisco de Assis.

A Casa de São Francisco de Assis é uma instituição que, entre outras coisas, dá assistência médica e dentária, ajuda de advogados, oferece creche e faz até distribuição de enxovais de bebê para mães pobres. A obra é dirigida por Elizabeth Menezes Bonfim.

Edney Silvestre, repórter – Mais de 3 mil pessoas são atendidas na Casa de São Francisco de Assis. O atendimento é muito amplo. Tem o quê?

Elizabeth Menezes, presidente da Casa de São Francisco de Assis – Nós temos uma creche com 80 crianças que nós mantemos em horário integral fazendo quatro refeições diárias. Temos distribuição de cestas básicas, atendimento terapêutico, médico, odontológico, psiquiátrico, psicológico. Além disso, também distribuímos enxovais de bebês a gestantes carentes. Nós fazemos também um trabalho de terapia para adolescentes na faixa de risco social e econômico, normalmente adolescentes envolvidos com drogas. Nós temos um trabalho de apoio terapêutico.

Médicos, dentistas, advogados. Todos voluntários.

Todos voluntários.

E quando essas famílias vão lá receber as cestas básicas, não é apenas um ato de caridade.

Não. Eles chegam lá de manhã cedo. Normalmente, vão acompanhados de filhos, netos. Então, vai um monte de gente ao mesmo tempo. Chegam lá, tomam café da manhã. A cada dia de mutirão, que é o dia da distribuição das cestas básicas, tem um tipo de atendimento diferente. Tem um dia que é com dentistas. Eles passam noções de higiene bucal, fazem flúor, passam noções dos alimentos – como se usam, como se lavam. Todo tipo de ensinamento que a gente pode passar, a gente passa. Tem dia de check-up, que mede a pressão. Eu acho que aos pouquinhos a gente vai formando uma mentalidade. A gente sabe, de ouvir falar, de pessoas que já aprenderam técnicas que a gente ensinou de artesanato ou de aproveitamento de sobras de comida para vender. Quer dizer, a gente tem noção que isso tem colaborado com a sustentabilidade deles, tem aumentado os rendimentos. A gente já sabe também que eles estão olhando a questão do meio ambiente com um olhar diferente. Já estão começando a ver que eles têm uma participação ativa nisso, que não é só sentar e ficar esperando a água acabar, eles já podem ajudar a diminuir o consumo da água. E duas vezes por ano, nós fazemos eventos voltados exclusivamente para a inclusão social, para o ganho de cidadania, para sustentabilidade deles mesmos. Então, a gente faz oficinas, ensina técnicas, mostra como desenvolver essas técnicas, como eles podem usar isso para ganhar dinheiro.

Para o seu próprio bem, o que traz essa Casa de São Francisco de Assis?

Para o meu bem? Nossa, é uma satisfação, não dá nem para explicar. A gente fica tão feliz de poder fazer este trabalho, de ver as pessoas chegando lá e saindo com um sorriso nos lábios porque foram atendidas, porque foram ao dentista pela primeira vez, porque não estavam conseguindo atendimento em determinado setor e conseguiram. É muito gratificante. Eu acho que as pessoas são muito carentes. Estão precisando às vezes até de ouvir uma palavra que uma pessoa não tem para dizer, mas aí chegam lá e ouvem. E às vezes se transformam completamente. São pessoas que chegam lá de uma maneira completamente obscura e desabrocham porque descobrem que têm para dar e que não estão só no receber.

A grande fé é a fé nos outros, não é?

Com certeza. A gente tem que ter fé.

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