Human Rights Watch: violência policial é um problema crônico
Adital Notícias, 15/01/2009:
Relatório analisa os principais problemas relacionados aos direitos humanos
Violência policial, condições do sistema carcerário, trabalho escravo, violência contra povos indígenas e camponeses sem-terra, impunidade e ameaças a defensores de direitos humanos foram os temas abordados no capítulo brasileiro do relatório anual, elaborado pela organização Human Rights Watch, divulgado ontem (14). Segundo a ONG, a tortura permanece como um sério problema de direitos humanos no país.
“As áreas metropolitanas do Brasil estão infestadas por violência em larga escala perpetrada por gangues criminosas e polícia abusiva. A violência afeta principalmente comunidades de baixa renda. Cerca de 50 mil homicídios ocorrem a cada ano no Brasil”, afirma o relatório. A violência policial, incluindo as execuções extrajudiciais, é considerada pela ONG um problema crônico. O relatório cita o caso do Rio de Janeiro, onde a polícia é apontada como responsável por aproximadamente um em cada cinco assassinatos nos primeiros seis meses de 2008.
O relatório é enfático ao afirmar que a tortura permanece sendo um sério problema no Brasil. O documento cita dados da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre as condições do sistema carcerário, na qual ficou concluído que o sistema nacional de detenção está contaminado por “tortura física e psicológica”. Em diversos estados, a comissão registrou a presença de “cicatrizes de tortura” nos detentos. Os atrasos no sistema judiciário contribuem para o atraso, segundo a análise da ONG.
Sobre o trabalho escravo, o relatório ressalta que, apesar dos esforços governamentais para erradicá-lo, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) registrou 8.653 pessoas em condições de escravidão em 2007. Dessas, 5.974 foram libertadas. A ONG elogia os avanços ocorridos no combate ao trabalho forçado, mas enfatiza a necessidade de responsabilizar os empregadores, que permanecem na impunidade.
A questão agrária também foi abordada pelo relatório, principalmente no que diz respeito aos conflitos rurais e à violência contra indígenas. Dados da CPT evidenciam que, em 2007, 28 pessoas foram assassinadas e 428 presas em conflitos rurais em todo o país. Em março de 2008, Welinton da Silva, líder do Movimento dos Sem-Terra foi atingido com um tiro na perna durante um protesto no Maranhão.
O relatório destaca ainda que assegurar a responsabilização pelas violações dos direitos humanos continua um grande desafio no país. O documento cita o caso do assassinato da missionária Dorothy Stang, assassinada em 2005. O mandante do crime, Vitalmiro Bastos de Moura, foi inocentado em maio de 2008. Menciona também o fato de que o Brasil nunca processou os responsáveis pelas atrocidades cometidas durante o período da ditadura militar.
Por fim, o documento cita a resolução da Corte Interamericana de Direitos Humanos em maio de 2008, em que afirma que o Brasil não cumpriu completamente a sentença de 2006, sobre o caso Damião Ximenes Lopes. “Apesar das indenizações terem sido pagas à família Ximenes, ninguém foi culpado pela tortura e pelo assassinato, em 1998, de Damião, um paciente psiquiátrico no Ceará”, ressalta.
Relatório analisa os principais problemas relacionados aos direitos humanos
Violência policial, condições do sistema carcerário, trabalho escravo, violência contra povos indígenas e camponeses sem-terra, impunidade e ameaças a defensores de direitos humanos foram os temas abordados no capítulo brasileiro do relatório anual, elaborado pela organização Human Rights Watch, divulgado ontem (14). Segundo a ONG, a tortura permanece como um sério problema de direitos humanos no país.
“As áreas metropolitanas do Brasil estão infestadas por violência em larga escala perpetrada por gangues criminosas e polícia abusiva. A violência afeta principalmente comunidades de baixa renda. Cerca de 50 mil homicídios ocorrem a cada ano no Brasil”, afirma o relatório. A violência policial, incluindo as execuções extrajudiciais, é considerada pela ONG um problema crônico. O relatório cita o caso do Rio de Janeiro, onde a polícia é apontada como responsável por aproximadamente um em cada cinco assassinatos nos primeiros seis meses de 2008.
O relatório é enfático ao afirmar que a tortura permanece sendo um sério problema no Brasil. O documento cita dados da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre as condições do sistema carcerário, na qual ficou concluído que o sistema nacional de detenção está contaminado por “tortura física e psicológica”. Em diversos estados, a comissão registrou a presença de “cicatrizes de tortura” nos detentos. Os atrasos no sistema judiciário contribuem para o atraso, segundo a análise da ONG.
Sobre o trabalho escravo, o relatório ressalta que, apesar dos esforços governamentais para erradicá-lo, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) registrou 8.653 pessoas em condições de escravidão em 2007. Dessas, 5.974 foram libertadas. A ONG elogia os avanços ocorridos no combate ao trabalho forçado, mas enfatiza a necessidade de responsabilizar os empregadores, que permanecem na impunidade.
A questão agrária também foi abordada pelo relatório, principalmente no que diz respeito aos conflitos rurais e à violência contra indígenas. Dados da CPT evidenciam que, em 2007, 28 pessoas foram assassinadas e 428 presas em conflitos rurais em todo o país. Em março de 2008, Welinton da Silva, líder do Movimento dos Sem-Terra foi atingido com um tiro na perna durante um protesto no Maranhão.
O relatório destaca ainda que assegurar a responsabilização pelas violações dos direitos humanos continua um grande desafio no país. O documento cita o caso do assassinato da missionária Dorothy Stang, assassinada em 2005. O mandante do crime, Vitalmiro Bastos de Moura, foi inocentado em maio de 2008. Menciona também o fato de que o Brasil nunca processou os responsáveis pelas atrocidades cometidas durante o período da ditadura militar.
Por fim, o documento cita a resolução da Corte Interamericana de Direitos Humanos em maio de 2008, em que afirma que o Brasil não cumpriu completamente a sentença de 2006, sobre o caso Damião Ximenes Lopes. “Apesar das indenizações terem sido pagas à família Ximenes, ninguém foi culpado pela tortura e pelo assassinato, em 1998, de Damião, um paciente psiquiátrico no Ceará”, ressalta.
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