Carta aberta ao prefeito Eduardo Paes
Carta
aberta ao prefeito Eduardo Paes
Senhor prefeito Eduardo Paes,
Hoje, dia 8 de fevereiro, faz um mês que nosso filho ALEX SCHOMAKER
BASTOS morreu, com sete tiros, num assalto no ponto de ônibus da rua General
Severiano, em Botafogo, em frente ao campus da Universidade Federal do Rio de
Janeiro.
O senhor não deve saber, mas o diploma de biólogo e de professor de
Biologia de nosso amado filho foi entregue a nós, seus pais, porque ele morreu
dias antes da tão ansiada formatura. Ele se preparava para o mestrado em
genética e já atuava como professor. ALEX amava Biologia – Ciência da Vida – e
amava ensinar. Veja só que ironia, senhor prefeito, um jovem que amava estudar
a Vida morrer tão precocemente.
Certamente o senhor não sabe que nós recebemos muitos depoimentos de
professores, alunos e colegas, além de declarações formais, assinadas e
carimbadas, do Instituto de Biologia, da Faculdade de Educação e do Colégio de
Aplicação – todos da UFRJ – dizendo do excelente aluno, professor e iniciante
em pesquisas sobre a Vida que é ALEX SCHOMAKER BASTOS. O senhor também não deve
saber da quantidade de homenagens que nosso filho recebeu e continua recebendo.
O senhor não tem mesmo obrigação de saber sobre nosso filho ALEX
SCHOMAKER BASTOS.
Mas, senhor prefeito Eduardo Paes, o senhor tem obrigação de saber que
os índices de violência no Rio de Janeiro são alarmantes e inacreditáveis e,
embora a área de Segurança Pública esteja ligada diretamente ao governo do
Estado do Rio de Janeiro, a Prefeitura do Rio de Janeiro tem obrigação de
contribuir com essa mesma segurança mantendo os logradouros iluminados, limpos,
guardados, com as praças sempre preparadas para que sejam utilizadas pelos
cidadãos de bem de nossa cidade.
E, senhor prefeito Eduardo Paes, o município não cumpriu com sua obrigação
no local onde nosso filho foi assassinado. O ponto de ônibus da rua General
Severiano, em Botafogo, é escuro, sujo, com árvores que não são podadas há tempos
e onde os alunos da UFRJ e os moradores do entorno têm medo de passar. Mas veja
só, senhor prefeito Eduardo Paes, nosso filho teve a ousadia de querer pegar o
ônibus 434 naquele ponto. E foi assassinado. Sete tiros que o fizeram sangrar
até a morte.
No município do qual o senhor é prefeito, os cidadãos de bem são
proibidos de andar calmamente nas ruas, são proibidos de pegar um ônibus à
noite, são proibidos de serem os donos das ruas. E nós, cidadãos de bem e
cumpridores da Lei, devemos ser os verdadeiros donos das ruas e praças. Alguma
coisa está errada em nossa cidade. O senhor não acha?
Queremos crer que o senhor se sinta responsável pela segurança dos
cidadãos, porque nós consideramos que o senhor também é responsável pela morte
de nosso amado filho ALEX SCHOMAKER BASTOS. É responsável porque a Prefeitura
do Rio de Janeiro, da qual o senhor é a liderança máxima, não cuidou para que
aquele espaço em frente ao campus da UFRJ estivesse iluminado, limpo e pronto
para ser usado pelo cidadão carioca.
Nosso filho não estaria morto se o município cumprisse com sua
obrigação de iluminar e manter um logradouro público. Nosso filho foi
assassinado pelo descaso do Estado. E nós, pais eternamente entristecidos, não
deixaremos de cobrar as responsabilidades dos nossos dirigentes.
Por isso, senhor prefeito Eduardo Paes, estamos pedindo, publicamente,
que o espaço onde está localizado o ponto de ônibus em frente ao campus da UFRJ,
onde nosso filho ALEX SCHOMAKER BASTOS foi assassinado numa tentativa de
assalto, que é bem amplo, mas escuro, sujo, e onde as árvores não são podadas ou
cuidadas há tempos, seja transformado na Praça da Paz.
Praça da Paz onde os estudantes, trabalhadores e moradores possam sentar tranquilamente e observar a vida passar. Sem serem assassinados.
Praça da Paz onde os estudantes, trabalhadores e moradores possam sentar tranquilamente e observar a vida passar. Sem serem assassinados.
Mausy Schomaker e Andrei Bastos,
pais orgulhosos e entristecidos de ALEX SCHOMAKER BASTOS.
#eusoualex
1 Comentários:
Eu não conhecia o Alex pessoalmente, só conhecia ele na internet pelo apelido de Cloud_BR/Cloud. Comecei a revirar umas coisas em um HD antigo e acabei encontrando umas coisas que me lembraram do Cloud e outras pessoas do tempo que jogava Ultima Online (um jogo de rpg online). Comecei a pesquisar pra ver se encontrava algumas pessoas, só pra saber o que essas pessoas andavam fazendo e acabei encontrando a triste noticia de que o Cloud tinha falecido. Eu não costumava falar diretamente com o Cloud, nós interagíamos pelos Forums na internet e só. Eu achei que a essa altura o Cloud estaria envolvido com algo relacionado a programação e fiquei impressionado que ele se formou em biologia (o que é legal tambem). Cloud costumava fazer scripts pra Ultima Online alem de jogar o jogo. E apesar de ser bem novo (isso foi por volta de 2003~2007) ele já mandava muito bem. Acabei tentando brincar de "Cloud_BR", fiz algumas coisas e acabei desenvolvendo um gosto pela programação e consequentemente acabei virando um programador. Pode parecer bobo pra quem nao entende mas Cloud foi o melhor scripter de Ultima Online. E isso não e só minha opinião, são de várias pessoas ao redor do mundo que acabaram trombando com as coisas dele online e ainda utilizam as coisas que ele fez. Ele fez bastante scripts, criou e arrumou sistemas do jogo e ajudou muitas pessoas a se divertirem no Ultima Online e acho que não só eu mas muitas pessoas são gratas pelas coisas que ele fez. Sinto muito por ele ter partido tão cedo, queria compartilhar com voces que parte dele está comigo e com muitas outras pessoas ao redor do mundo. Obrigado Alex! ou melhor, Vlw Cloud.
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