11.7.07

Acessibilidade nos bairros do Rio (5)

Site do IBDD (www.ibdd.org.br), 09/07/2007:

Acessibilidade nos bairros do Rio (5)

Em acessibilidade, o bairro do Flamengo está na zona de rebaixamento

DIEGO PAES

O tradicional bairro do Flamengo não foge à regra no quesito acessibilidade para pessoas com deficiência. Da estação do metrô à rua mais erma, se locomover nas calçadas é um verdadeiro suplício, em muitos lugares até mesmo para as pessoas sem nenhuma deficiência.

Diferentemente dos outros bairros visitados, o Flamengo consegue ter em suas ruas principais condições mais desfavoráveis que nas vias periféricas, mas isso não quer dizer que estas estejam num patamar muito superior às primeiras. Parece até haver um consenso entre as ruas do Flamengo, algum tipo de pacto de inacessibilidade. Há vias em que os carros disputam com raízes de árvores espaço nas calçadas, deixando-as mais estreitas e impedindo que os cidadãos exerçam o direito básico de ir e vir.

Comércio dá um refresco

Em geral os estabelecimentos comerciais possuem acesso para os deficientes, ressalvadas situações bizarras como a da entrada do supermercado Sendas localizado na rua Clarice Índio do Brasil, que é de assustar. Há uma grande quantidade de fradinhos e de barreiras metálicas em frente à entrada, o que é um perigo para os cegos e diminui ainda mais o já reduzido espaço para a passagem de cadeirantes.

Já as ruas Senador Vergueiro e Marquês de Abrantes, mesmo carregando o status de serem as principais vias do bairro, estão longe de se enquadrarem nos quesitos de acessibilidade. Há trechos com obras em que andaimes e entulhos ocupam a calçada por inteiro. Não é possível que a prefeitura não faça uma fiscalização para a realização dessas obras para que elas não tirem a ordem das ruas!

Campo minado

Andar pelo Flamengo é como percorrer um campo minado. Parece que o bairro incorporou o espírito do Pan 2007, pondo os pedestres em verdadeira corrida de obstáculos. A cada novo trecho um obstáculo diferente aparece à frente. Sejam fradinhos, barras de ferros, pedras portuguesas, buracos, árvores sem gradil, ausência de rampas, orelhões e caixas de correio postas em lugares que deveriam ser facilitadores, e não mais um problema para a locomoção.

Na movimentada Senador Vergueiro, outro supermercado da rede já referida acima insiste em tornar a vida de cadeirantes mais difícil. A calçada em frente à entrada tem dois níveis, o mais alto com barras de ferro e o inferior tão estreito, que quase “joga” as pessoas nas ruas. Para cadeirantes é impossível passar ali. Já do outro lado da rua existe um trecho de calçada com uma faixa de pedestre tão estreita, que atravessar ali é impossível. Entretanto, isso não é tudo, pois após atravessar, subir para a calçada do outro lado é inviável, apesar de ali existir um semáforo - não existe rampa.

Pode-se dizer que o único lugar do Flamengo onde os deficientes podem se locomover melhor é no trecho entre a Praia do Flamengo e o Parque do Flamengo, apesar de que, atravessar todas as pistas até o parque é de tirar a paciência de qualquer um. Com todos esses problemas fica difícil o Flamengo sair da zona de rebaixamento na acessibilidade, ficando entre os piores bairros já visitados por nossa equipe.

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