28.9.14
23.9.14
15.9.14
Inclui o teu próximo
O Globo, Opinião, 15/09/2014:
Inclui
o teu próximo
ANDREI BASTOS
Eu fui recentemente a um seminário, realizado pelo Ministério Público
do Estado do Rio de Janeiro, e fiquei preocupado com a defesa firme por parte
de promotores e promotoras de Justiça palestrantes de que pessoas com
transtornos mentais e outras doenças graves estão contempladas pelas leis que
resguardam os direitos dos deficientes, particularmente pela Convenção sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência, da ONU.
Na minha cabeça, sempre esteve presente o mantra de que deficiência não
é doença, e eu já tinha decoradas todas as justificativas necessárias de que
uma coisa era uma coisa e outra coisa era outra coisa. CID (Classificação
Internacional de Doenças) e CIF (Classificação Internacional de Funcionalidade)
eram siglas que definiam dois campos distintos para mim.
Ouvindo inquieto na minha cadeira de rodas os promotores defenderem a
inclusão de esquizofrênicos e outros doentes no campo das deficiências, tendo
direito à minha vaga de estacionamento, à minha prioridade de atendimento e beneficiando-se
das minhas isenções tributárias e benefícios sociais, quase entrei em pânico.
Mais do que me parecer uma ideia absurda, esse entendimento da
Convenção da ONU revelado pelos promotores de Justiça representou uma ameaça
aos “meus” direitos, e comecei a caraminholar para contestar a heresia. Durante
minhas caraminholadas, resgatei uma antiga ideia minha de total abrangência da
inclusão e me interessei pelo urbanismo inclusivo, que pensa a cidade como boa
moradia para todos.
Sempre achei segregador ainda colocar diferentes atributos no balaio
comum da deficiência, embora seja um avanço em relação a “portadores de
necessidades especiais”. Igualmente, todo órgão público, instituição ou lei com
a especificidade da deficiência também segrega, incluindo a própria Convenção
da ONU.
Ao considerar a palavra “deficiência” um mal necessário, enquanto der
efetividade a políticas afirmativas para quitação da dívida da humanidade com as
pessoas com deficiência, comecei a buscar ideias inclusivas de fato. Da
consideração dos diferentes atributos (amputado, cego, surdo etc.) bastando a
si mesmos à compreensão de que o atendimento das suas necessidades específicas
beneficia todas as pessoas, fui mais fundo na natureza da inclusão.
Dominado por essas reflexões e pelas ideias do urbanismo inclusivo,
passei a ver com outros olhos a pregação dos promotores de Justiça e até mesmo
o famigerado “Estatuto do coitadinho”, do Paulo Paim, que teve seu texto
alterado para melhor e hoje se apresenta como Lei Brasileira da Inclusão (um
bom nome, mas inadequado se restrita aos deficientes).
Finalmente, busco as ideias da educação inclusiva e compreendo a
inclusão no sentido mais amplo, de todas as pessoas – com deficiência ou não,
de todas as raças, com qualquer orientação sexual etc. – e incluo no fantástico
espectro da diversidade humana as pessoas com transtornos mentais e outras
doenças graves – todas as pessoas, enfim –, tocando de leve a ideia de amar o meu
próximo.
Andrei Bastos é presidente do
Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Rio de
Janeiro
3.9.14
Política Pública Inclusiva e Acessibilidade na Comunicação
Convite em formato retangular com fundo branco e margem direita com uma faixa azul e, à esquerda, fotos dos palestrantes junto aos seus nomes. No alto a esquerda está a logomarca do COMDEF-Rio. Logo abaixo grafado na cor azul está o título do evento, seguido das outras informações:
Política Pública Inclusiva e Acessibilidade na Comunicação
Ciclo de Debates Comdef-Rio - 2014
Dia 18 de setembro, quinta-feira
15h - Debate
15h30m - Claudia Jacob
16h - Antonio Borges
16h30m - Debate
17h - Encerramento
Centro - Rio de Janeiro/RJ - Tel.: (21) 2224-1200
Política Pública Inclusiva e Acessibilidade na Comunicação
Ciclo de Debates Comdef-Rio - 2014
PALESTRANTES
Antonio Figueira de Mello
Foi diretor de eventos na Barra da Tijuca e diretor do Parque Nacional
da Tijuca, no Rio de Janeiro. Tem grande experiência com turismo e natureza e é
secretário municipal especial de Turismo do Rio.
Itamar Kalil
Arquiteto e urbanista, pela Universidade Federal da Bahia, mestre em
Planejamento Urbano e Regional pela Universidade da California, Berkeley – USA.
Técnico Pericial do Ministério Público / RJ.
Claudia Jacob
Jornalista e Psicopedagoga (Univ. Cândido Mendes - RJ), edita e
apresenta o Jornal Visual, telejornal para surdos, da TV Brasil. Ganhou o
Prêmio Brasil de Esporte e Lazer de Inclusão Social - Telejornalismo e o Prêmio
Mobilidade Urbana da Fetranspor.
Antonio Borges
Informático pela UFRJ, com mestrado e doutorado em Engenharia de
Sistemas e Computação pela COPPE-UFRJ, trabalha no Núcleo de Computação
Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
***
PROGRAMADia 18 de setembro, quinta-feira
14h - Antonio Figueira de
Mello
14h30m - Itamar Kalil15h - Debate
15h30m - Claudia Jacob
16h - Antonio Borges
16h30m - Debate
17h - Encerramento
***
Av. Presidente Vargas, 1997, 3º andar, Auditório 311Centro - Rio de Janeiro/RJ - Tel.: (21) 2224-1200