30.10.09

Que inclusão é essa?

ANDREI BASTOS

Recebi um convite para debater a implementação da educação inclusiva na rede de ensino do Rio de Janeiro, em audiência pública promovida pelo vereador Paulo Messina, dia 29 de outubro, na Câmara Municipal. O motivo da audiência seria a preocupação de um grupo de mães diante do iminente fechamento das escolas especiais e a forçosa matrícula dos seus filhos em escolas regulares, o que já estaria determinado pelo Executivo. Um conflito dos brabos!

Cheguei com esta expectativa de antagonismo e fiquei surpreso com o bom senso e as palavras cordatas da secretária Claudia Costin, que informou não ser nada disso, muito antes pelo contrário, que tudo era boato e que ela estava ali, depois de cancelar compromisso de grande importância, para ouvir e aprender, já que não entendia do assunto e sua especialidade era gestão de políticas públicas, o que repetiu “348 vezes” durante o evento, coitada.

Em seguida, Claudia Grabois, diretora do Instituto Helena Antipoff, fez pronunciamento igualmente cordato, colocando-se à disposição para analisar cada caso, no instituto, o que parece não ter ficado claro e uma das mães presentes se animou a, mais adiante, discutir o problema do filho com a palestrante, levando-a à perda do foco do debate, que ela poderia ter aproveitado melhor no interesse da inclusão.

Diante do que foi apresentado pelas duas palestrantes iniciais, que enfaticamente informaram que a inclusão seria feita paulatinamente e sem traumas, fiquei achando que estava mal informado sobre a existência de antagonismos. Porém, as persistentes manifestações de desagrado de todas as mães próximas a mim, que ironizavam o que seria não mais que um recuo do governo diante da sua mobilização, acabaram por me convencer de que era travada ali verdadeira batalha.

O vereador Messina, de sorriso permanente e querendo agradar a todos, acabou comprometendo a qualidade do evento e seu desempenho como mediador ao não estabelecer limites de tempo para as palestras, que se tornaram enfadonhas e despropositadas. Tanto que, numa certa altura da chatice, o povo não aguentou e tomou o poder, interrompendo a fala de uma integrante da mesa que não captou as vibrações do ambiente, e passou a comandar a banda.

E como é que a banda toca? Certamente não é do jeito que o mediador deixou rolar na Cinelândia até meia-noite, quando foi desperdiçada uma oportunidade de realmente se discutir a educação inclusiva carioca. O que ficou, infelizmente, foi a vitória de Pirro de mães justificadamente dominadas pelos sentimentos, que saíram convencidas de que colocaram o governo contra a parede e forçaram seu recuo. Mesmo que isso seja verdade, não ocorreu o ganho real de um aprofundamento na discussão e na consolidação das conquistas obtidas pelas pessoas com deficiência, refletidas na Convenção da ONU, e as crianças e adolescentes com deficiência do Rio de Janeiro foram as baixas nessa batalha.

29.10.09

Estatuto Jurídico do Terceiro Setor


Em terra de Saci…


27.10.09

Educação Inclusiva no Rio

AUDIÊNCIA PÚBLICA
NA CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO
29 DE OUTUBRO - QUINTA-FEIRA - 18h30m

26.10.09

Dinheiro em braile

O Globo, Ancelmo Gois, 26/10/2009:

Dinheiro em braile

A OAB nacional prepara uma ação civil pública para que todo o dinheiro circulante no país permita leitura em braile.

Cezar Britto, presidente da Ordem, já consulta a Casa da Moeda sobre a possibilidade.

25.10.09

PCD: Crédito inclusivo

O Globo, Morar Bem, 25/10/2009:

Crédito inclusivo
Pessoas com deficiência podem obter financiamento para imóvel adaptado

Luciana Calaza

A piauiense Laura Marques garante que se alguém lhe oferecesse uma suíte no Copacabana Palace para morar, ela diria que não. A vendedora, de Teresina, que é anã, há nove anos conseguiu comprar, via financiamento do Programa de Arrendamento Residencial (PAR), da Caixa Econômica, um imóvel adaptado para o seu tamanho. Laura foi uma pioneira. No mesmo ano, foi sancionada a Lei da Acessibilidade (a 10.098), que determina que o governo federal, em políticas habitacionais, reserve um percentual mínimo do total das moradias para quem tem deficiência física. Mas poucos sabem disso.

O gerente nacional do PAR, André Marinho, explica que, no caso dos imóveis enquadrados nesse programa – criado para famílias de centros urbanos que recebem até R$ 1,8 mil – a Caixa fixa condições prévias para a construção.

- No PAR, a Caixa, com recursos de um fundo, adquire um terreno e contrata a construção de unidades residenciais. Assim, reservamos um percentual do total das habitações para pessoas portadoras de deficiência – explica Marinho.

Laura, conhecida pelas palestras motivacionais que ministra, conta que, na época, a equipe da Caixa disse que, se a construtora não fizesse nenhuma objeção às adaptações, eles lhe dariam a autorização. A empresa topou.

- Hoje está tudo mais fácil. Mas as pessoas não têm informações e não acreditam que vão conseguir.

No programa Minha Casa, Minha Vida – que prevê a construção de 400 mil unidades para quem ganha até três salários mínimos – o sistema de produção é semelhante ao do PAR. Ou seja, a Caixa Econômica contrata a produção de habitações e, por isso, há uma cota para pessoas com deficiência. Mas não foi sempre desta forma:

- O programa começou sem essa preocupação, mas várias associações reclamaram, e o governo acabou incluindo essa consideração – destaca Andrei Bastos, assessor de comunicação do Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD)*.

O gerente nacional do PAR ressalta que nas demais linhas de crédito, no entanto, a Caixa não tem a prerrogativa de exigir das construtoras a oferta de unidades acessíveis a esse público:

- No caso de compra de imóvel na planta, o adquirente deve contactar a construtora para solicitar que seja feita essa adaptação. Agora, a Caixa tem linhas de crédito para reforma de imóvel, que podem ser usadas, inclusive, para obras de adaptação da residência para a pessoa com deficiência.

Lei só dispõe sobre áreas coletivas

No apartamento de Laura, as pias da cozinha e do banheiro, o vaso sanitário, os interruptores de luz e as maçanetas das portas foram instalados segundo sua altura, de 96 centímetros. Os móveis também são mais baixos: ela conseguiu que uma empresa de mobiliário os fabricasse sob medida:

- Morei 38 anos na casa de meus pais e não tinha acesso a nada sozinha, precisava de ajuda o tempo todo. Por isso, não trocaria minha casa nem pelo Copacabana Palace. Não há lugar em que me sinta mais confortável do que lá.

Hoje, no Rio, a lei municipal 3.311/03 dispõe sobre acessibilidade nos espaços de uso coletivo dos condomínios, obrigando as edificações, inclusive as já construídas, a se adaptarem para garantir o acesso e a circulação de pessoas com deficiência física. A pena aos que se negam a atender o pedido de um morador é multa mensal de 5% da soma dos IPTUs de todos os imóveis.

- O mercado imobiliário deveria ir além da acessibilidade no espaço coletivo. Um imóvel com portas mais largas e interruptores e maçanetas mais baixos, por exemplo, atende a pessoas com ou sem deficiência – diz Bastos.

Construção já adota o ‘desenho universal’

Segundo Eduardo Ronchetti, do escritório paulistano Mobilidade Arquitetura – especializado em projetos de imóveis para pessoas com necessidades especiais – o setor imobiliário já começa a atentar para o fato de que atender à demanda desse público-alvo, seja qual for sua faixa de renda, pode ser um bom negócio.

- De acordo com o último censo do IBGE, 14% dos brasileiros têm algum tipo de deficiência. E a projeção do instituto é de que, em 2025, 15% da população será de idosos, quando em 2000, eram 8,5%. Se levarmos em conta as gestantes, os obesos e pessoas com mobilidade reduzida temporariamente é uma fatia enorme de mercado – ressalta.

O arquiteto diz que já há, ainda que poucos, condomínios com o chamado “desenho universal” de unidades – em São Paulo, as construtoras Tecnisa e J. Bianchi têm exemplos. E isso apesar de esse tipo de construção ser um pouco mais onerosa: a porta de 90cm, por exemplo, é mais cara que a de 60cm. E, levando-se em conta o número delas num prédio, há impacto no valor final.

- Mas o tamanho do imóvel, por outro lado, não precisa ser maior. É uma nova forma de pensar arquitetura. Na maioria das vezes, só é necessário fazer uma redistribuição das áreas internas para tornar um imóvel acessível. Até porque ninguém está livre de ficar temporariamente com mobilidade reduzida, e a casa precisa estar preparada para isso – acrescenta Ronchetti.

UM PROJETO DE CASA ACESSÍVEL

EM TODO O IMÓVEL: Todas as portas de acesso aos ambientes precisam ter uma abertura mínima de 80cm; as larguras dos corredores não podem ser inferiores a 90cm e a altura das maçanetas e dos interruptores deve variar entre 40cm e 1,20m.

COZINHA E ÁREA: É preciso garantir circulação da cadeira de rodas e aproximação e alcance da pia e de eletrodomésticos, como fogão e geladeira. O piso mais adequado é o antiderrapante.

QUARTOS: Deve haver distância mínima de 90cm entre os móveis do cômodo. Além disso, uma área com diâmetro de, no mínimo, 1,50m permitirá que a pessoa que usa cadeira de rodas dê um giro de 360 graus no espaço.

BANHEIROS: O banheiro precisa garantir a transferência de uma pessoa em cadeira de rodas ao vaso sanitário e chuveiro. E deve permitir sua aproximação ao lavatório. Para comandos como registros de chuveiro e descargas, a altura indicada é um metro do piso. Desníveis maiores do que 1,5cm para acesso ao box não são apropriados. Como na cozinha, a escolha correta é de piso antiderrapante.

***

*OBS.: Falhei ao não informar à reporter que saí do IBDD em 08/07/2008 e atualmente sou membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ. Como ela me conheceu na função antiga, foi publicada a informação errada.

Crianças abandonadas

Jornal do Brasil, Anna Ramalho, 25/10/2009:

Crianças abandonadas

O mapeamento inédito realizado pelo TJ do Rio nos 234 abrigos do estado apurou que a principal causa do abandono de crianças e adolescentes é a pobreza extrema das famílias. Segundo a coordenadora da Comissão Estadual Judiciária de Adoção (Ceja), desembargadora Conceição Mousnier, “isso se deve à falta de políticas básicas de educação e saúde e, principalmente, à ausência de políticas compensatórias municipais, que poderiam intervir nos efeitos dessas causas”.

Menor abandonado

Levantamento do Ceja apurou também que a faixa etária das crianças que vivem em abrigos no estado do Rio está acima dos 6 anos.

- Ou seja, quando os brasileiros forem capacitar-se para receber o certificado de habilitação, deverão compreender que, ao adotar, eles vão resolver o problema da criança e não a sua carência pessoal - esclarece a desembargadora.

23.10.09

Crianças nos conflitos armados

O CEDCA – Conselho Estadual de Defesa da Criança e do Adolescente, convida a todos e todas, cidadãos, entidades, escolas e demais representações para Audiência Pública, que será realizada no dia 26 de Outubro, às 10h, na rua Barão do Bom Retiro, 920, Engenho Novo – sede da AIACOM, visando apurar as condições de vulnerabilidade dos direitos das crianças e adolescentes das comunidades atingidas pelos conflitos armados.

www.cedca.rj.gov.br

Nise da Silveira


Na sexta-feira, dia 30/10/09, às 14h, na RAV-94, o Núcleo de Identidade Brasileira e História contemporânea realizará um debate sobre os “10 anos de morte de Nise da Silveira”.

O evento contará com a participação do Dr. Walter Boechat, da Associação Junguiana do Brasil, e de Ana Cristina Cury, do ISEP.

Clara Palavra 10/2009

Aceito sugestões!


Estou documentando o grafitti em alguns pontos da cidade. Já fiz as ruas Jardim Botânico, Humaitá, Xavier da Silveira, parte da Figueredo de Magalhães. Ah, em um bom trecho da Lagoa também. Esse da foto, na escola Cócio Barcellos, em Copa, é show! Adoraria receber sugestões!

Marcus Veras
veras666@uol.com.br

Tráfico em Mangueirinha

Reportagem sobre a atuação do tráfico na Mangueirinha, Duque de Caxias/RJ.

Clique aqui para assistir o vídeo.

17.10.09

Outra Maré é Possível, no YouTube

Ato que reuniu na manhã do dia 20 de setembro, cerca de 600 pessoas para um pedido de paz na favela da Maré, Rio de Janeiro.

Clique aqui para assistir o vídeo.

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Leia também:

Outra Maré é Possível,

Favela

Nova CORDE e nova SEDH

Agência Inclusive, 16/10/2009:

Nova CORDE e nova estrutura da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República

Nos 20 anos da CORDE nasceu a Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

Clique aqui para conhecer a íntegra do Decreto N° 6.980, de 13 de outubro de 2009.

Direito à saúde

Seminário internacional:

Essencialidade e Acesso a Medicamentos: convergências entre o sistema de justiça e a assistência farmacêutica no direito à saúde

Conferência de abertura:
“Direitos Humanos, Essencialidade e Acesso a Medicamentos”
Gianni Tognoni - Instituto Mário Negri - Milão/Itália

5 e 6 de novembro, das 9h às 18h
Hotel Novo Mundo
Praia do Flamengo, 20 - Flamengo - Rio de Janeiro/RJ

Informações e inscrições:
Tel.: (21) 3882-9215
E-mail: mandadosjudiciais@ensp.fiocruz.br
http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/judicializacao/inscricao

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Leia também:

A última grande luta

ABNT: TV digital com acessibilidade

Blog da Audiodescrição, 17/10/2009:

As normas brasileiras para televisão digital da ABNT já contemplam os recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência

Em reunião plenária da Comissão Especial de Estudos de Televisão Digital da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a coordenadora da comissão e gerente de engenharia de telecomunicações da Rede Globo de Televisão, Sra. Ana Eliza Faria e Silva, afirmou que as normas técnicas brasileiras (NBR) já publicadas, específicas para o Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD), contemplam todos os recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência previstos na Norma Complementar nº 1/2006 do Ministério das Comunicações.

Clique aqui para ver a Ata da Reunião.
Obs.: é necessário ter um login do Google para fazer o download.

16.10.09

Educação Inclusiva no MS

Agência Inclusive, 14/10/2009:

Educação Inclusiva garante ensino de qualidade para alunos do Estado

Respeito às diferenças e valorização das potencialidades de alunos com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. É assim que as escolas da Rede Estadual de Ensino trabalham para garantir uma educação de qualidade. De acordo com o último censo, mais de 3,2 mil alunos estavam matriculados na rede em classe comum recebendo atendimento educacional especializado. Professores itinerantes, intérpretes, espaços para complementar o ensino regular, além da formação continuada, contribuem para a educação inclusiva.

De acordo com a coordenadora de Educação Especial da Secretaria Estadual de Educação (SED), Vera Carbonari, atualmente são realizadas diversas ações dentro e fora da comunidade escolar para garantir qualidade no ensino de alunos da Educação Especial. “A educação inclusiva quer garantir menos dificuldades para o aprendizado dos alunos. Queremos que com as práticas pedagógicas diferenciadas possam ser transformadas em sucesso acadêmico”, afirmou.

Leia a íntegra da notícia em PortalMS.

14.10.09

Seminário Internacional sobre o Pré-Sal

Coluna do Milton

CIRO PERDEU OUTRA BOA CHANCE DE FICAR CALADO

Milton Coelho da Graça

Ciro Gomes tem se mostrado sério e progressista, um parlamentar ativo e dos mais inteligentes, um governante executivo operoso e aparentemente honesto. Mas é daquelas pessoas que merecem ser chamadas de “boca grande”, não por comerem demais ou roubarem demais, mas por falarem bobagem quase compulsivamente.

Em sua coluna de ontem, o jornalista Elio Gaspari – seguramente um dos dois ou três mais competentes e respeitados do país – demoliu a credibilidade de Ciro por conta de uma frase boba mas venenosa em relação a José Serra, em entrevista a outro jornalista de primeiro time, Raymundo Costa, do jornal VALOR:

“O que o Serra fez quando o câmbio estava apreciado”.

Quem pode acreditar em um candidato a Presidente da República ou Governador de São Paulo, que transforma disputa política em ódio pessoal e cego, a ponto de acusar o adversário por pecados que ele não cometeu mas que o próprio acusador carrega em sua biografia?

Ciro era Ministro da Fazenda e aceitou calado – para preservar o cargo, parece óbvio – que a turma do Plano Real, encastelada no Banco Central, no primeiro governo Fernando Henrique Cardoso, até aplaudisse a apreciação cambial causadora de enormes prejuízos à nossa indústria e ao país. O engraçado é que José Serra, também ministro de FHC, demonstrou publicamente sua desaprovação, como Elio Gáspari implacavelmente recordou em sua coluna de ontem, publicada por vários jornais do país.

O povo brasileiro – eu inclusive –, que ainda considera Ciro um bom sujeito, fica em dúvida sobre as razões de sua candidatura (ninguém ainda sabe a quê): Ele é favor do câmbio livre ou do controle cambial? Ele é neoliberal ou desenvolvimentista? Ele é a favor da entrada da Venezuela no Mercosul como Lula ou é contra, como o senador Tasso Jereissati, seu maior aliado político?

Ele quer derrotar ou ajudar Dilma Roussef? Em matéria de meio ambiente, ele está mais para Marina Silva ou Carlos Minc?

Ciro já se estrepou em outra eleição majoritária – para Presidente, em 2002 – também por dizer bobagem e na hora errada. Eu admito, como ele também achou importante afirmar, que José Serra é feio; Mas não é por beleza que o povo vai decidir em 2010.

(Saiba mais)

13.10.09

Comunicação Não-Violenta

A Comissão de Mediação de Conflitos da OAB-RJ convida para palestra de um dos maiores conhecedores da “Comunicação Não-Violenta” no mundo: Dominic Barter.

Dominic Barter foi aluno e colaborador de Marshall Rosemberg (que desenvolveu esta técnica) e é mestre de muitos, em diversos países. É uma honra e um prazer tê-lo conosco.

A palestra será dia 27/10/2009, das 10h às 13h, no 4° andar da OAB-RJ: Av. Marechal Câmara, 150.

Inscrições gratuitas pelo tel.: (21) 2272-2039 ou pelo email
sociedade@oabrj.org.br.

Serão concedidas 3h de estágio pela OAB-RJ.

Democracia e as ditaduras na AL

DEMOCRACIA E AS DITADURAS NA AMÉRICA LATINA:
O DIREITO À VERDADE


MODERADOR:
WALTER DUARTE (CIENCIA POLÍTICA/IFCS)

PALESTRANTES:
OSWALDO MUNTEAL (HISTÓRIA/UERJ, PUC E FACHA)
JESSE JANE (HISTÓRIA/UFRJ)
PAULO CESAR RIBEIRO (RELAÇÕES INTERNACIONAIS//UNESA)

DIA 14 DE OUTUBRO, 14 HORAS SALÃO NOBRE DO IFCS

Organização: Depto de Ciência Política UFRJ/IFCS

9.10.09

É preciso mudar a escrita

ANDREI BASTOS

Nunca é tarde para uma reflexão, que não precisa estar atrelada à atualidade da notícia.

A história, veiculada na mídia em agosto, das duas irmãs que cumprem pena por tráfico no Paraná, chegaram grávidas à penitenciária e hoje cuidam dos filhos na creche da instituição, repetindo a própria mãe, também presa por tráfico na mesma penitenciária quando elas tinham 3 e 2 anos de idade, sem dúvida oferece material para livro, filme ou novela, bem brasileira por sinal, que explore a dramaticidade dessa sina triste.

Mas o destino das duas será apenas uma sina? Pior que isso, ele poderá ser usado como argumento de defesa da idéia nazista de hereditariedade do crime?

Vendedora de videogames no Paraguai, uma das irmãs exemplifica o desrespeito aos direitos das duas e o pouco ou nenhum investimento feito na formação delas, quando crianças na prisão e depois. De forma igual, nada foi feito de efetivo para a recuperação e reintegração social da mãe. Certamente a mesma necessidade de fugir da miséria que a transformou em traficante empurrou as filhas para o cárcere de agora.

Sem o respeito aos direitos das crianças e sem as oportunidades que só a ação e presença do Estado podem criar, em contraponto à tentação da remuneração fácil do tráfico, essas duas mulheres tornaram-se presas fáceis do sistema social perverso em que vivemos, cuja maldade maior é, quase sempre, punir apenas os mais fracos.

O que está sendo feito para a reintegração social das duas irmãs, além da troca de três dias de trabalho na creche por um dia a menos na pena? Que atenção os filhos delas e das outras presidiárias estão recebendo para não darem subsídios aos defensores da idéia de que o crime também é herança genética ou para não eternizarem a sina? Como essas crianças poderão mudar essa escrita?

A manutenção do sistema carcerário é cara, sem dúvida, mas nada ou pouco custará a mais proporcionar às detentas o atendimento psicossocial necessário e possibilidades de qualificação educacional e profissional, assim como dedicar aos seus filhos a atenção exigida pelo simples fato de serem crianças e que, por isso mesmo, têm seus direitos preconizados no Estatuto da Criança e do Adolescente, que completou 19 anos em julho sem implementação efetiva.

Além do mais, diante dos prejuízos infligidos à sociedade pela continuidade das atividades criminosas, tais providências estão plenamente justificadas por mais caras que sejam e, mesmo sem levar em conta que é uma questão de direitos humanos, é a velha história de que “o barato sai caro”, com duplo sentido, por favor.

Se desejamos mais qualidade de vida e um mundo de paz, melhor e mais justo, não podemos deixar de mudar a escrita que perpetua a sina triste das irmãs encarceradas com os filhos. E quanto às produções artísticas, não precisamos nos preocupar, pois mesmo sem casos como esse, não faltarão histórias da vida real para inspirar os novelistas.

***

Clique aqui para ler a notícia no O Globo Online.

ABI discute Igualdade Racial

Seminário na ABI discute o papel da mídia no debate sobre igualdade racial

Que causa poderia unir o arquiteto Oscar Niemeyer, o cineasta Nelson Pereira dos Santos, os antropólogos Roberto da Matta e Otávio Velho, o jurista Fábio Konder Comparato, os ministros do STF Marco Aurélio Mello, Joaquim Barbosa Gomes, Celso Mello e Carlos Ayres Britto, os jornalistas Miriam Leitão, Elio Gaspari e Ancelmo Góis, os atores Lázaro Ramos, Wagner Moura e Taís Araújo, os compositores e cantores Gilberto Gil e Martinho da Vila? Resposta: as políticas de ação afirmativa, que incluem as polêmicas cotas para negros nas universidades. Por que, então, essas figuras tão relevantes de nossa sociedade não costumam ser entrevistadas sobre esse tema? Seria isso produto de uma ação deliberada de grande parte da mídia brasileira, possivelmente interessada em fabricar uma opinião pública contrária a essas políticas?

Esse é o tema central do seminário Comunicação e Ação Afirmativa: O Papel da Mídia no Debate sobre Igualdade Racial, que será realizado nos dias 14 e 15 de outubro no auditório da Associação Brasileira de Imprensa (Rua Araújo Porto Alegre, 71 – Centro), no horário de 13h30min a 17h30min. Com a presença de grandes nomes da mídia brasileira, ao lado de especialistas acadêmicos e ativistas do movimento social, o seminário – fruto da parceria entre a ABI, o Conselho Municipal dos Direitos do Negro (Comdedine) e a Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira), com apoio da Coordenadoria Especial de Promoção da Igualdade Racial do Município do Rio de Janeiro (CEPIR) – pretende suscitar um debate que vai além dos limites de seu tema, pois envolve o papel da mídia numa sociedade democrática, suas responsabilidades e limites.

SEMINÁRIO COMUNICAÇÃO E AÇÃO AFIRMATIVA:
O PAPEL DA MÍDIA NO DEBATE SOBRE IGUALDADE RACIAL.


Realização: ABI, COMDEDINE, COJIRA, SEPPIR, CEPIR
Local: Associação Brasileira de Imprensa – Rua Araújo Porto Alegre, 71 - CENTRO - Rio de Janeiro - RJ

PROGRAMAÇÃO

Dia 14 de outubro
14h – Mesa de Abertura com representantes das entidades organizadoras, Sindicato dos Jornalistas
15h30min – Cobertura da Ação Afirmativa no Brasil
Ancelmo Gois (O Globo)
Kássio Motta (autor de pesquisa acadêmica sobre a cobertura do tema pelo Globo)
João Feres (IUPERJ)

Dia 15 de outubro
13h30min – A Responsabilidade Social da Mídia e o Debate sobre Raça
Muniz Sodré
Maurício Pestana (revista Raça)
Márcia Neder (revista Cláudia)
15h30min - Da Opinião Publicada à Opinião Pública: A Fabricação de um Consenso Anticotas no Brasil
Miriam Leitão (O Globo)
Rosângela Malachias (CEERT)
Carlos Alberto Medeiros (CEPIR)

Direito de ter direitos

VII CONFERÊNCIA ESTADUAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DO RIO DE JANEIRO

INFORME Nº 5 ::: 3º DIA ::: 08/10/2009

“Direito de ter direitos”: painel abordou políticas públicas para infância e adolescência

No painel “Construindo a Política Estadual e o Plano Decenal”, o debate foi iniciado pelo conselheiro Alexandre Nascimento, convocando os participantes da mesa: a assistente social e consultora em Direitos da Infância e Adolescência Denise Paiva, o consultor da Soluções Sustentáveis Sergio Henriques, e Rita Ippólito, especialista da Área da Infância e Adolescência.

Primeiro a se apresentar, o consultor Sergio Henriques expôs a quantidade de público que as conferências municipais receberam ao longo de suas realizações e a necessidade de que os resultados delas fossem monitorados para que o trabalho não tenha sido feito em vão. Ele achou importante ressaltar em seu discurso o Sistema de Direitos da Criança e do Adolescente. Além disso, Sergio disse que se deve “dividir diretrizes de atividades e ações para o âmbito nacional, que vai direcionar a política da infância e da adolescência ao longo dos próximos dez anos”.

Em seguida, a especialista Rita Ippólito começou lembrando sua experiência em 2002, com Denise Paiva, no trabalho dos direitos humanos juvenis. No momento mais curioso do discurso, Rita afirmou que o jovem tem direitos elementares e o direito de ter desejos. Atualmente, Rita participa do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente em Macaé. Ela afirmou que os trabalhos realizados por eles estão começando a se destacar no tema de Direitos da Criança.

Denise Paiva brincou com a plateia e citou Carlos Drummond de Andrade, dizendo que sente “cheiro de mudança no ar”. Ela ratificou a necessidade de todos serem profundamente dialéticos em relação ao tema da criança e do adolescente e na análise das políticas públicas da forma que elas realmente são: “é se limitar a ver o problema e a solução”. Denise acha que as políticas públicas não avançaram o necessário ao longo desses 20 anos de Constituição, quando foi destacada pela primeira vez a importância dos direitos da criança e do adolescente. Para ela, é preciso trazer à tona o problema do turismo sexual infantil para que haja uma política específica para o tema no mundo, como o Brasil tem atualmente.

7.10.09

Meninos “de” rua ou meninos “na” rua?

- Crianças e adolescentes com direitos violados no Brasil em 19 anos de Estatuto da Criança e do Adolescente e 20 anos de Convenção da ONU sobre os Direitos da Criança;
- A importância da mídia na eliminação de equívocos históricos e o caminho da convivência familiar e comunitária com o exemplo da Mangueirinha.


O Clube de Comunicação convida para a palestra/debate sobre os 19 anos de Estatuto da Criança e do Adolescente, que será realizada no próximo dia 20/10, das 19h às 21h, no Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, Rua Evaristo da Veiga, 16, 17º andar – Centro, Tel.: (21) 3906-2450.

O papo será mediado pelo nosso colega Andrei Bastos e terá a presença de Claudia Cabral, diretora executiva da ONG Terra dos Homens, de Walace Rocha dos Santos, que integra a equipe do Programa Raízes Locais da Terra dos Homens, e de Isabela Regina Gonçalves, uma jovem liderança da comunidade, além do relato da experiência desta ONG na comunidade da Mangueirinha, em Duque de Caxias.

“Com a evidência de que as expressões ‘meninos de rua’ e ‘menores infratores’, assim como os métodos de enfrentamento ao que seriam os problemas criados por eles nas cidades, estavam equivocados, a ONG Terra dos Homens já nasceu com a bandeira da convivência familiar e comunitária como meio de resgatá-los à cidadania. Para isso, desenvolveu a metodologia que é aplicada na comunidade da Mangueirinha, localidade indicada por pesquisa realizada na cidade do Rio de Janeiro como procedência da maioria deles”, adianta Andrei.

Palestrantes:

Claudia Cabral - Diretora executiva da Terra dos Homens com formação em psicologia, especialista em terapia de família; Mestre em Pedagogia pela Universidade Católica de Paris; Consultora Internacional do UNICEF no tema da Convivência Familiar e Comunitária; Consultora do Serviço Social Internacional de Genebra – SSI; Membro da International Foster Care (IFCO) e da Rede Latino Americana de Acolhimento Familiar (Relaf).

Walace Rocha dos Santos - Formado em direito pela Unigranrio, exerceu a profissão de advogado por 8 anos na Organização Jurídica Paula Freitas, com especialização nas áreas cível e família. Possui, ainda, formação em História, obtida na Universidade Gama Filho, concluída em 2007, ano em que também concluiu sua dissertação de Mestrado na Universidade Federal Fluminense (PPGSD/UFF), na qual pesquisou o caráter associativo comunitário de uma comunidade da Baixada Fluminense – A Mangueirinha, de Duque de Caxias/RJ. Atualmente integra a equipe do Programa Raízes Locais da Terra dos Homens na mesma Comunidade da Mangueirinha, como sociólogo.

Isabela Regina Gonçalves – Com 19 anos, Isabela é uma jovem liderança na Mangueirinha; Ensino Médio em andamento; Cursos: teatro no Sesc, Raul Cortez, Armando Mello, interpretação para TV, básico de espanhol on-line, garçonete, bijuteria; experiências profissionais: vendedora autônoma, ajudante de projeto de teatro, ONGs, dançarina, aula básica e avançada de teatro, babá, professora de teatro, oficina de rádio, dança e movimento corporal, coral.

Os três eixos de atuação da ONG Terra dos Homens:

I - Atendimento direto: Atendimento a crianças, adolescentes e suas famílias com intervenção direta dos profissionais da Terra dos Homens nas famílias e comunidades de crianças e adolescentes com direitos violados no Rio de Janeiro, por meio de acompanhamento psicológico, social e econômico.

II - Difusão de metodologia: Repasse da metodologia do trabalho social com família em âmbito nacional, capacitando profissionais que atuam no sistema de garantia de direitos de crianças e adolescentes – dirigentes de abrigos, psicólogos, assistentes sociais, educadores, membros do judiciário, conselheiros tutelares e pedagogos, entre outros. A Terra dos Homens consegue ampliar significativamente o atendimento às crianças e adolescentes no país através da atuação destes profissionais, fortalecendo a rede de proteção e defesa dos direitos infanto-juvenis. A capacitação ocorre por meio de cursos, oficinas e assessorias.

III - Defesa de Direitos: A Terra dos Homens atua para o fortalecimento da estrutura jurídica e política da área da infância. Isto se dá por meio da articulação de políticas públicas e de redes e da participação ativa em fóruns e conselhos de direitos da infância e juventude, assim como de consultorias na elaboração de normativas e diretrizes para promoção e defesa dos direitos de crianças e adolescentes.

Favor confirmar presença pelos e-mails:
tsantos@tfscomunicacao.com.br
better@background.com.br

Esperamos por vocês,
Abraços,

Terezinha Santos/Presidente
Gilson Campos/Vice-Presidente
Bette Romero/Diretora Executiva

Rio 2016 - Nossa Grande Chance

Caros amigos brasileiros,

Sexta-feira passada foi um dia histórico para o Brasil. As olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro representam uma oportunidade única para mostrar ao mundo nossa alegria, beleza e talento.

Mas as olimpíadas significam mais do que o prestígio internacional: mais de 88 bilhões serão investidos na nossa economia. É muito dinheiro e ele poderá ser usado para criar serviços públicos decentes, gerar empregos e ajudar a tirar crianças do tráfico de drogas. Mas enquanto o Brasil ainda festeja a vitória do Rio, políticos e empreiteiros já estão rateando os 88 bilhões que serão investidos.

Para o as Olimpíadas sejam realmente incríveis, temos que dizer NÃO para a corrupção. Se nós agirmos agora podemos passar a lei “Ficha Limpa” que irá banir políticos corruptos das eleições de 2010. Clique no link para apoiar esta campanha e mudar a política brasileira para sempre:

http://www.avaaz.org/po/olimpiadas_rio2016

Com a descoberta do pré-sal, a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 o Brasil está vivendo um momento de oportunidades sem precedentes – poderemos nos igualar às nações mais fortes e desenvolvidas do mundo. Poderemos erradicar a pobreza, ter uma economia forte e solucionar nossos problemas ambientais. Mas para isso precisamos primeiro garantir que as nossas grandes riquezas e os cofres públicos não sejão mais esvaziados por uma classe política criminosa.

A Campanha Ficha Limpa foi desenvolvida pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral que apresentou ao Congresso semana passada um projeto de lei que vai banir políticos corruptos das próximas eleições.

Esta campanha é uma revolução na cultura política brasileira. Depois de décadas testemunhado indignados a roubalheira dos políticos no nosso país, nós brasileiros finalmente podemos fazer alguma coisa. Vamos tirar os corruptos das eleições de 2010 onde iremos escolher os “gestores” dos investimentos da Copa de 2014 e Olimpíadas de 2016. Clique no link para fazer a sua parte, sem corrupção o Brasil vai longe:

http://www.avaaz.org/po/olimpiadas_rio2016

Com muito orgulho,

Luis, Graziela, Paula, Alice, Paul e toda a equipe Avaaz

A alegria das ratazanas

ANDREI BASTOS

Quando foi anunciado o nome do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 houve uma muitíssimo justificada explosão de alegria, tanto aqui como em Copenhage, entre os brasileiros presentes à solenidade.

Além de todos os benefícios sociais e econômicos que os Jogos podem trazer para o Rio e para o Brasil, naquele momento superávamos o complexo de vira-latas que sempre nos perseguiu. E esta é, sem dúvida, nossa maior conquista.

Por outro lado, e com muita evidência, também foi desmedida a euforia dos que vivem de assaltar os cofres públicos e seguem impunes paraísos fiscais afora. Chegaram a ser assustadoras as imagens dos focinhos nervosos de velhas e conhecidas ratazanas diante do cheiro forte do queijo dinamarquês.

A esperança de dias verdadeira e honestamente melhores para os cariocas e para todos os brasileiros, com destaque para os segmentos menos favorecidos da nossa sociedade e para as crianças e jovens que têm agora a chance de um futuro de realizações como nunca antes ocorreu neste país, é uma esperança que não pode sucumbir à voracidade das ratazanas de plantão.

Nesse sentido, a notícia veiculada hoje de que o “TCU condena membro de comitê da Rio 2016 a devolver dinheiro do Pan” chega como grande conforto para um povo cansado de ser roubado, tanto financeira como espiritualmente, e que está vivendo um momento único de felicidade com as perspectivas que o futuro imediato lhe oferece.

Desta vez, que dure pouco a alegria das ratazanas e não a dos pobres!

2.10.09

PARAOLIMPÍADAS RIO 2016!

1.10.09

Concurso de Projetos CMDCA-Rio

A entrega de envelopes relativos à documentação e aos projetos deverá ser feita entre 8 e 9 de outubro, até 18 h.

“Foi aprovado, por unanimidade, edital do 1º Concurso Público de Projetos do Conselho Municipal Direitos da Criança e do Adolescente do Rio de Janeiro (CMDCA-Rio). Os projetos inscritos no Concurso, que tem como objetivo estimular doações ao Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (FMDCA), serão analisados por técnicos e submetidos à aprovação da Plenária do Conselho.

Os resultados das ações serão apresentados em convocações públicas anuais. Além disso, serão executadas, pelo CMDCA-Rio, campanhas para mobilização de potenciais doadores. Pretende-se que convênios sejam firmados ainda este ano; foram elaboradas linhas de financiamento - como intervenção frente à violência doméstica e à situação de rua - e um roteiro para elaboração de projetos está disponível no site do CMDCA-Rio.

CLIQUE AQUI PARA DOWNLOAD DO EDITAL DO CONCURSO.

CLIQUE AQUI PARA DOWNLOAD DO ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DE TRABALHO.

Petição ACESSIBILIDADE NA COMUNICAÇÃO

Para: Ministro das Comunicações, Presidente da República, Ministério Público

ACESSIBILIDADE NA COMUNICAÇÃO

Os participantes da Conferencia Livre de Juventude e Comunicação, (60 jovens de 18 estados do Brasil, representando mais de 35 instituições), realizada nos dias 25 e 26 de setembro de 2009, em Brasilia, como etapa preparatória da 1ª Conferência Nacional de Comunicação, promovida pelo Conselho Nacional de Juventude, junto com os 131 participantes da Oficina Acessibilidade e Comunicação, realizada no dia 19 de setembro de 2009, na cidade de Uberlândia, como etapa preparatória da 1ª Conferência Nacional de Comunicação, promovida pela Comissão Uberlandense Pró Conferência Nacional de Comunicação – CUP-CNC, organizada pela APARU – Associação dos Paraplégicos de Uberlândia e pelo Movimento Cidade Futura, com apoio da Casa da Amizade, Rotary Clube de Uberlândia Cidade Industrial, da ASUL – Associação dos Surdos de Uberlândia e da Sala Braille Inhazinha Batista da Biblioteca Municipal de Uberlândia, aprovaram a PETIÇÃO PELA ACESSIBILIDADE NA COMUNICAÇÃO nos seguintes termos:

Considerando que no Brasil, cuja legislação referente às pessoas com deficiência é considerada uma das melhores do continente, a inclusão dos cidadãos através de seu direito de se comunicar segue ignorada pelo poder público, pelas empresas e pela sociedade civil;

Considerando que o Congresso Nacional aprovou, por meio do Decreto Legislativo no 186, de 9 de julho de 2008, conforme o procedimento do § 3º do art. 5º da Constituição, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007, e o Decreto nº 6.949/2009, que a promulgou;

Considerando o Preâmbulo Os Estados Partes da presente Convenção no ítem: e)Reconhecendo que a deficiência é um conceito em evolução e que a deficiência resulta da interação entre pessoas com deficiência e as barreiras devidas às atitudes e ao ambiente que impedem a plena e efetiva participação dessas pessoas na sociedade em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.

Considerando que a construção de uma sociedade de plena participação e igualdade tem como um de seus princípios a interação efetiva de todos os cidadãos;

Considerando a definição de “Comunicação” do Artigo 2 da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência como: “Comunicação” abrange as línguas, a visualização de textos, o braille, a comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispositivos de multimídia acessível, assim como a linguagem simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizada e os modos, meios e formatos aumentativos e alternativos de comunicação, inclusive a tecnologia da informação e comunicação acessíveis; e a definição de como: “Língua” abrange as línguas faladas e de sinais e outras formas de comunicação não-falada;

Considerando que a acessibilidade na comunicação deve significar que os meios de comunicação sejam capazes de chegar a todos, inclusive para as pessoas com deficiência;

Considerando que qualquer espaço público e coletivo tem que ser garantido para que pessoas com deficiências possam ter acesso à informação e possam oferecer e receber informação também;

Considerando que o direito à comunicação é direito humano e que as pessoas com deficiência fazem parte da diversidade humana;

Considerando que vivemos no mesmo mundo e a comunicação é via de mão dupla sempre;

Considerando que a conferência e oficina acima citadas foram organizadas por entidades da sociedade civil e órgãos públicos na busca de construir uma aliança estratégica da comunicação com o direito humano e com o objetivo mobilizar e capacitar a sociedade civil para os debates para a 1ª Conferência Nacional de Comunicação;

Reivindicamos ao Governo Federal, através de seus Ministérios, de forma específica ao das Comunicações, aos Governos Estaduais, ao parlamentares, aos Prefeitos Municipais, que:

Todas as políticas públicas sejam construídas com equiparação de oportunidades e logicamente com o oferecimento de todos os recursos de acessibilidade e de tecnologias assistivas disponíveis, para que todos possam participar de acordo com suas especificidades;

Assegure a presença da acessibilidade na comunicação, como um instrumento para garantir o direito à plena participação. Sem acessibilidade à comunicação, não se pode falar em exercício desse direito e isso é o oposto do Estado Democrático, vigente no Brasil;

Que seja implementada IMEDIATAMENTE a AUDIODESCRIÇÃO no Brasil, como preconizado na Constituição da República Federativa do Brasil, na Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência (Decreto Legislativo nº 186/2008 e Decreto nº 6.949/2009), na Lei nº 10.098/2000, no Decreto Federal nº 5.296/2004 e na Portaria do Ministério das Comunicações nº 310, sem qualquer supressão de direitos;

Que sejam implementadas ações efetivas para eliminar barreiras na comunicação através da adoção e do desenvolvimento de tecnologias de combate à exclusão, especialmente a digital, para total acessibilidade à informação por parte de pessoas com e sem deficiência, colaborando para sua autonomia e livre expressão e inclusão;

Que as universidades promovam programas para educar e capacitar estudantes e profissionais – com ênfase naqueles dedicados à comunicação e na pedagogia – para que se apropriem do conceito de sociedade inclusiva no exercício de suas profissões, instigando-os a passar da fase de conscientização para a de ação;

Que os atores públicos e sociais atuem para fomentar uma aliança estratégica entre as áreas de comunicação e de direito - onde uma se utilize do instrumental da outra por meio do estudo sistemático da legislação nacional e internacional, principalmente daquela referente à inclusão e ao direito deuma pessoa não ser submetida à discriminação com base na deficiência;

Que seja incluído no Programa de Formação Continuada de Docentes o tema acessibilidade na comunicação;

Que as publicidades oficiais sejam inclusivas, não apenas com a existência dos recursos de acessibilidade mínimos – audiodescrição, legenda, Braille e intérpretes de Libras – mas com a presença de pessoas com deficiência em todas elas;

Que que as pessoas com deficiência apareçam apareçam livres de quaisquer atitudes preconceituosas, discriminatórias, e estigmatizantes, nas propagandas onde sob o ponto de vista institucional - o governo criando propaganda que evidenciem os seus planos que contemplam todos os movimentos sociais das pessoas com deficiência por gênero, orientação sexual e etnias - e sob o ponto de vista privado - obrigar que empresas privadas contemplem as pessoas com deficiência por gênero, orientação sexual e etnias, como protagonistas;

Que os materiais audiovisuais distribuídos por órgãos públicos (incluindo as escolas) sejam legendados, contenham intérprete de Libras e sejam audiodescritos; que os materiais impressos sejam disponibilizados também em Braille e em meio digital;

Que a política cultural fomente a produção de peças teatrais, DVDs, espetáculos musicais e exposições acessíveis para todos, incluindo a elaboração de programas impressos em Braille e meio digital; que todos os espetáculos tenham a tradução para a Língua de Sinais Brasileira (Libras), legenda em tempo real e audiodescrição para que todos possam participar.

Os participantes da Conferência Livre de Juventude e Comunicação (Brasília) e da Oficina Acessibilidade e Comunicação (Minas Gerais) entendem que as necessidades de comunicação em uma sociedade democrática devem ser atendidas com a ampliação de direitos específicos, tais como o direito de informar e ser informado de todas as pessoas (com ou sem deficiência), o direito de participação na comunicação pública - todos estes elementos de um novo conceito: o direito de comunicar-se.

Ao desenvolvermos o que pode ser chamado de uma nova era de direitos sociais, sugerimos que todas as implicações do direito de comunicar-se sejam respeitadas nos espaços públicos, de uso público, eventos e nos meios de comunicação, com total acessibilidade para todas as pessoas, sobretudo nas emissoras de TV, que são concessões públicas.

São Paulo, 01 de outubro de 2009

Os signatários

CLIQUE AQUI PARA ASSINAR A PETIÇÃO.

Sonhando com os pés no chão

IVAN ALVES FILHO

O líder camponês Hilário Pinha, um exemplo de dedicação à causa do socialismo e das liberdades, fez um comentário, há alguns anos, que nunca esqueci. Para ele, duas questões deveriam pautar nossas ações, no tocante ao processo de transformação da sociedade. A primeira delas tinha que ver com o programa que sinalizaria nossa atuação. A segunda, com os instrumentos que permitiriam a aplicação desse mesmo programa.

E é em homenagem a ele que vou tentar esboçar, ainda que esquematicamente, essas duas questões.

a) Programa. Todos nós, da chamada esquerda (hoje um termo mais sentimental do que operacional, vamos reconhecer de imediato), vivemos o fim de uma época. E uma pergunta nos angustia. Qual seja, o que fazer após a Queda do Muro e o fim da União Soviética? Do esgotamento da política de classe contra classe? Do fim dos nossos paradigmas mais caros?

Essas são as partes mortas do nosso passado. Mas existem as partes vivas. Assim, é preciso que se leve em conta que, se o Muro de fato caiu, alguma coisa ficou. Nem que seja pelo chão, mas ficou. E talvez o que tenha ficado signifique, paradoxalmente, a nossa melhor herança em matéria de trajetória de lutas. Penso, por exemplo, na democracia como valor estendido a todas as esferas da vida institucional e cotidiana. Nas ideias generosas de justiça social, patrimônio de todos os homens de boa vontade. E penso também na ética, como única forma de relacionamento possível com o espaço público. E não só: acredito que temos cada vez mais clareza de que estatização não implica necessariamente socialização, como mercado tampouco é sinônimo de capitalismo. Novas formas de propriedade e gestão estão à nossa frente (algumas delas, pedem, inclusive, para serem revividas): cooperativismo, associação familiar, autogestão. Algumas vem da tradição anarquista, outras de um pensamento mais ligado ao chamado socialismo utópico. Quem sabe se a nova era que vislumbramos não coloca na ordem do dia essas propostas? Possibilita uma volta ao passado, com nova roupagem? Com tecnologia altamente renovada?

Mas, e o que podemos acrescentar de novo, propriamente, sob a ótica ainda de um programa de ação de esquerda? Acredito que novos temas e novos campos de luta. Quais? Feminismo, ecologismo, papel das forças da cultura e do trabalho imaterial, respeito à diversidade étnica - eis alguns dos eixos da nossa prática daqui por diante. Não existe luta à parte - tudo é parte da luta.

b) Os instrumentos. De um lado, a busca por novas formas de organização, triplamente alicerçadas, a saber: no poder local, na consciência de que ocorreu um deslocamento dos embates das portas das fábricas para as ruas das cidades - palco privilegiado das contradições sociais - e, ainda, nas redes já configuradas na internet. A renovação dos partidos políticos tendo, a meu juízo, de incorporar para valer essa nova realidade.

De outro lado, o surgimento de novos atores sobre a cena social, notadamente dos trabalhadores por conta própria, dos cooperativados de novo tipo e dos trabalhadores do imaterial (produtores de mercadoria virtuais e de cultura), na esteira da sociedade do conhecimento. Essa, provavelmente, a grande tendência do mundo do trabalho nos próximos decênios: o conhecimento como força produtiva e o trabalhador que busca se afirmar como dono dela. Antes o trabalhador transferia uma parte da sua capacidade muscular para a máquina - e essa era a era da Revolução industrial. Hoje, transfere uma parte da sua capacidade de imaginar e criar - e essa é a fase da revolução cognitiva atual.

Finalmente, temos de voltar a elaborar uma teoria da transformação social, tomando por ponto de partida formas complexas de negociação política, enterrando a idéia de assalto ao poder - que propõe colocar abaixo o aparelho de Estado - e afastando, também, do nosso horizonte a idéia da conciliação com o grande capital. Negociar para mudar, já dizia o o saudoso revolucionário Giocondo Dias. Tanto a prática social-democrata quanto aquela do chamado socialismo real dataram historicamente, apesar de seus méritos. Ambas pertencem ao período em que a organização do trabalho se dava pela Revolução Industrial, justamente. Ora, a revolução técnico-científica em curso no mundo põe novas forças em cena. E é preciso estar atento a elas, se queremos ainda intervir de forma realmente consciente no direcionamento do processo social.

Ser de esquerda, para mim, hoje, só faz sentido assim: sonhando de pés no chão.