30.8.07

Estamos sendo enganados

Portal PPS (www.pps.org.br), 30/08/2007:

Estamos sendo enganados

Andrei Bastos *

O Projeto de Lei 7.966/06 que tramita na Câmara dos Deputados, do Estatuto do Portador de Deficiência, aprovado pelo Senado ao apagar das luzes do ano passado, é uma armadilha muito bem preparada para as pessoas com deficiência. Embora o estágio em que se encontra ainda permita modificações, o esforço não se justifica. As pessoas com deficiência brasileiras dispõem de excelente proteção legal, considerada a melhor das Américas, sem o caráter excludente que um Estatuto contém e que contraria o princípio de inclusão social duramente afirmado em décadas de luta: a Constituição é o estatuto das pessoas com ou sem deficiência do Brasil.

A maior conquista dos deficientes é o direito à igualdade de oportunidades, com o pleno exercício da cidadania, e tomando eles mesmos a iniciativa do seu processo de inclusão, o que tem sido sempre motivo de grande orgulho. Porque aceitar, nessa altura do campeonato, ser tutelados por uma lei excepcional? Os Estatutos da criança e do adolescente e o do idoso contemplam pessoas que, antes, ou não dispunham de nenhuma proteção, como no caso dos idosos, ou dispunham de uma legislação inadequada e injusta, como era o Código do Menor. Se as leis existentes para os deficientes têm falhas, só é preciso emendá-las. Se não são cumpridas, não será um Estatuto que reverterá a situação.

O que é preciso fazer é cobrar do Executivo o cumprimento das leis e, quanto ao Estatuto, devemos é combatê-lo, inclusive apresentando propostas de aperfeiçoamento da legislação existente, sem os prejuízos que ele causará. Tais prejuízos se configuram na inevitável revogação de direitos conquistados, pois para a aplicação da lei a prevalência natural do diploma mais recente vai gerar confusão na interpretação jurídica.

A leitura do Projeto de Lei do Estatuto corre solta enquanto se trata de obrigações do Estado e de medidas programáticas. Quando chegamos no que incomoda e representa um direito humano e fundamental violado, o direito de ir e vir nos transportes coletivos, sem a garantia do qual não adianta falar de nenhum outro direito, ficamos sem chão e “perdemos o ônibus da história”. Está claro que o Estatuto proposto não atende às pessoas que diz defender. Com suas proposições de novos regulamentos e prazos, ele é, na verdade, um largo passo para a condenação à exclusão perpétua das pessoas com deficiência.

O texto em questão não se justifica, nem mesmo como uma compilação das leis existentes, pois fez cópias imperfeitas, é contraditório e ineficaz juridicamente ao dizer que “as obrigações previstas nesta Lei não excluem as já estabelecidas em outras legislações” ou quando corrobora a idéia de exclusão perpétua das pessoas com deficiência ao exigir novos prazos e condições ainda a serem estabelecidas em regulamentos nas Seções II, III e IV, nos Artigos ou Parágrafos que se referem à acessibilidade nos transportes coletivos.

Vejam o que diz a proposta de Estatuto:

Art. 136, Parágrafo 1º - “A competência e o prazo para a elaboração das normas técnicas para fabricação dos veículos e dos equipamentos de transporte coletivo rodoviário, público e privado, serão definidas em regulamento.”

Vejam o que o decreto 5.296, que é insatisfatório, mas é um regulamento que já existe, diz:

Art. 38, Parágrafo 1º - “As normas técnicas para fabricação dos veículos e dos equipamentos de transporte coletivo rodoviário, de forma a torná-los acessíveis, serão elaboradas pelas instituições e entidades que compõem o Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, e estarão disponíveis no prazo de até doze meses a contar da data da publicação deste Decreto.”

Qual dos textos acima toca a ferida verdadeiramente e pode representar um avanço efetivo? O que prorroga indefinidamente as regulamentações e os prazos para aplicação ou o que bem ou mal já regulamenta e tem prazo até vencido?

Embora a pressão seja grande, fazendo com que muita gente boa, contrária a este equívoco desde o início, jogue a toalha achando que é inevitável e só é viável lutar para que o prejuízo seja o menor possível, não podemos deixar de reconhecer a verdade. Que esta verdade tenha força para não permitir que sejamos enganados!

* é jornalista e dirigente do PPS-RJ

Grande Baile da Vitória!

Nesta sexta-feira, dia 31, a partir das 19h, o Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD) vai fechar a Rua Artur Bernardes, no Catete, para comemorar o desempenho de seus atletas no Parapan. Vai ter muito samba, suor e cerveja.

Não perca o Grande Baile da Vitória!

28.8.07

La garantia soy yo!

Não compre HP. É melhor comprar muamba

"La garantia soy yo!" E isto nunca foi tão verdadeiro quanto agora. Que saudades dos tempos em que Octavio Olviedo, meu fornecedor de equipamentos de informática paraguaio, configurava e montava computadores para mim! Se alguma peça desse problema, a troca era imediata, sem discussões. A garantia era ele e o negócio era baseado na confiança, na sua palavra. Aliás, como ainda hoje acontece nos camelôs que vendem relógios nas ruas - a troca é imediata.

Ingenuamente me deixei influenciar pela poderosa propaganda da HP e comprei um microcomputador "ideal para jogos" para meu filho adolescente, via Americanas.com, no dia 28 de junho, que foi entregue no dia 30 de junho. O equipamento funcionou apenas em parte e no dia 9 de julho foi entregue à empresa Multiplus, credenciada pela HP. O técnico da Multiplus relatou no histórico da ordem de serviço (nº de chamado 22614) que a placa de vídeo apresentava mensagem distorcida, após alguns minutos de atualização, principalmente em jogos. São nove dias entre a entrega em minha casa e o envio para reparos. A LEI ME GARANTE UM EQUIPAMENTO NOVO. Mas até agora nem um PASSO OBJETIVO POR PARTE DA HP.

Depois de dias, a Marcela Lima, o Tiago Guimarães e a Juliana Santos da HP me procuraram, todos me garantindo que o meu caso "já estava sendo resolvido". Acredito que agora me resta apenas a via judicial, já que não é possível acreditar na palavra de NINGUÉM DA HP.

Andrei Bastos

27.8.07

Pré-Vestibulares Comunitários

A ausência do poder público

Parece que os resultados escolares dos pré-vestibulares comunitários são positivos, já que não estão na lista de motivos, relevantes diga-se de passagem, que levaram à sua proibição "terminantemente".

Sem querer defender as transgressões, o que podemos esperar de uma juventude formada numa sociedade sem valores éticos? Espancamento de prostitutas? Queima de índios ou mendigos? Sacos de fezes ou urina jogados nos passantes?

Não seria mais responsável socialmente se o poder público fizesse uso de suas prerrogativas e disciplinasse o que fosse preciso disciplinar?

Andrei Bastos

Resposta do Prefeito ao caso dos cursos pré-universitários

No dia seguinte encontrávamos urina, fezes e até esperma e camisinhas, nos corredores, salas e banheiros. Nesse -outro dia- entravam nas escolas crianças de 4 anos e mais. A área de saúde proibiu terminantemente.

CM

Ação contra a Prefeitura em defesa dos Pré-Vestibulares Comunitários

Caros amigos,

Uma causa justa e muito urgente necessita do apoio da sociedade. Imaginem que o prefeito Cesar Maia proibiu o uso das escolas municipais pelos pré-vestibulares comunitários. Estes cursinhos de vestibular apoiados unicamente no trabalho voluntário e na organização autônoma das comunidades já funciona há mais de 10 anos, e vem sendo responsável pelo ingresso de um número cada vez maior dos estudantes com menos recursos na universidade.

Estes estudantes teriam muita dificuldade para o ingresso se dependessem de cursos pagos, ou seja, do acesso pelo mercado. Esta forma de trabalho voluntário e comunitário tem sido uma das maiores vitórias da organização popular autônoma nos últimos anos. Assumindo o lugar do Estado que não tem capacidade de oferecer o nível de instrução necessária no Ensino Médio para que os alunos da escola pública possam ter chance no vestibular, estes cursos comunitários, com o trabalho voluntário de “professores”, vêm ano após anos aumentando o número de alunos da periferia que chegam lá, que entram no Ensino Superior vencendo a barreira do mercado e da exclusão. É emocionante, é uma vitória de cada um e da comunidade que tem uma expressão social muito importante. Só para dar uma idéia, os “professores” são os ex-alunos destes mesmos cursinhos que hoje já estão na universidade. Isso sem contar com voluntários da classe média que se somam em número cada vez mais expressivo nesta forma de trabalho voluntário.

E vem então o prefeito Cesar Maia colocar um obstáculo em tudo isso. É repugnante, mas aqui não se trata diretamente de fazer política, mas de fazer JUSTIÇA.

A petição para a qual se requer a sua assinatura foi sugerido pelo Ministério Público estadual, e está colocada em um site apropriado e seguro.

Conto com apoio de todos vocês.

Abraços,

Alberto Schprejer

Segue o link para o abaixo-assinado on-line:
http://www.PetitionOnline.com/160572

Denunciaron discriminación en la atención médica a los atletas

Lanacion.com, Deportiva, 23/08/2007:

Denunciaron discriminación en la atención médica a los atletas

La muerte cerebral del argentino Carlos Maslup (foto), tenista de mesa en silla de ruedas que fue 3º en los Juegos Parapanamericanos Río de Janeiro 2007, causa controversias. El Instituto Brasileño de Defensa de los Minusválidos (IBDD) pidió investigar si en salud se trató igualmente a los atletas de los Panamericanos que a los de los Parapanamericanos.

Según la prensa, la empresa de seguros Golden Cross, que actuó en la competencia mayor, no dio asistencia a los deportistas discapacitados. "Eso es una discriminación y pone en riesgo a los atletas parapanamericanos, pues no podrían ser atendidos en los hospitales de la red privada y quedarían restringidos a la red pública", acusó Andrei Bastos, vocero de IBDD.

Maslup, cuya esposa ya habría autorizado la donación de sus órganos, fue asistido en dos centros estatales. El comité organizador rechazó las críticas y explicó que la atención fue la adecuada y del mismo nivel que la que se habría proporcionado en los Juegos mayores en caso de necesidad.

( http://www.lanacion.com.ar/deportiva/nota.asp?nota_id=937030 )

25.8.07

Morte de atleta provoca indignação

O Estado de S. Paulo, Esporte, 24/08/2007:

Morte de atleta provoca indignação

Bruno Lousada e Giuliano Villa Nova

Embora trágica, a morte do mesatenista argentino Carlos Maslup, de 48 anos, que disputou os Jogos Parapan-Americanos no Rio, não foi uma surpresa para as entidades que defendem os direitos dos deficientes físicos. "A discriminação, por parte dos organizadores, estava evidente, antes mesmo do início dos Jogos Parapan-Americanos", aponta Andrei Bastos, assessor da superintendência do Instituto Brasileiro de Defesa dos Deficientes (IBDD). "As falhas de estrutura e na assistência médica para os atletas são verdadeiros absurdos", opina.

Maslup, medalha de bronze no tênis de mesa nos Jogos Parapan-Americanos, morreu ontem, por falência múltipla de órgãos, depois de ter tido morte cerebral na terça-feira, em decorrência de um acidente vascular cerebral, ocorrido no domingo.

Apesar de ter sofrido o derrame às 4 horas de domingo, o argentino só conseguiu ser atendido no Hospital Salgado Filho às 15 horas - depois de ter passado por outros dois hospitais, que não tinham vagas ou não estavam equipados para atender a ocorrência. "Ele passou por vários hospitais, dentro de uma viatura do Corpo de Bombeiros. Por si só, esse já seria um fato muito grave", observa Andrei Bastos. "Quando foi atendido, já respirava por aparelhos."

Em nota, o Comitê Organizador (Co-Rio) afirmou que "todos os procedimentos adotados no atendimento ao atleta estão de acordo com as normas determinadas para casos como este."

Ao contrário do que aconteceu nos Jogos Pan-Americanos, quando uma empresa de saúde privada prestou serviço para as delegações, os atletas portadores de necessidades especiais dependeram do sistema público para serem socorridos.

Para o assessor do IBDD, somente a investigação dos contratos entre o Co-Rio (Comitê Organizador dos Jogos) e a empresa que deveria prestar a assistência médica poderá apurar as responsabilidades. "O IBDD quer apurar de quem é a culpa, e se houve negligência", comenta. "Isso poderá ser feito por meio de uma CPI, instaurada na Câmara dos Vereadores do Rio, ou via Ministério Público", informa Bastos. "Também poderemos entrar com uma ação judicial."

PROBLEMAS

O precário atendimento médico prestado ao argentino Carlos Maslup não foi o único problema dos Jogos Parapan-Americanos. "Houve outros sinais de discriminação em relação ao evento e aos participantes: algumas instalações não tinham acessos adequados para os deficientes", aponta Bastos.

Também ocorreram problemas nas cerimônias de abertura e encerramento, que dificultaram a participação dos deficientes físicos.

23.8.07

Morre no Rio atleta argentino Carlos Maslup

globoesporte.com, 23/08/2007:

Morre no Rio atleta argentino Carlos Maslup
Medalhista de bronze no tênis de mesa do Parapan, Maslup sofreu um AVC no domingo

Lydia Gismondi e Priscilla Ribeiro
Do GLOBOESPORTE.COM, no Rio de Janeiro

A Secretaria Municipal de Saúde confirmou na manhã desta quinta-feira a morte do atleta argentino, Carlos Maslup, medalhista de bronze no tênis de mesa do Parapan do Rio. Maslup, que tinha 48 anos, estava internado na CTI do Hospital Salgado Filho desde domingo, quando sofreu um AVC (acidente vascular cerebral). O laudo oficial com as causas da morte do paciente ainda não foi divulgado.

O cônsul argentino Luis Eugenio Bellando anunciou que o CO-Rio fará o translado do corpo do atleta para o repatriamento na Argentina, arcando com os custos da operação.

O atleta argentino, que esteve presente nas Paraolimpíadas de Atenas, começou a se sentir mal na madrugada de domingo. O primeiro atendimento ocorreu na Vila Parapan-Americana e depois o atleta foi levado para o hospital Miguel Couto, na zona sul da capital, mas como não havia vaga na Unidade de Tratamento Intensivo, o mesa-tenista deu entrada no hospital Salgado Filho, às 15h de domingo.

Depois de três dias em coma, a Secretaria Municipal de Saúde decretou oficialmente, na tarde da última quarta-feira, o diagnóstico de morte cerebral de Maslup. Segundo a instituição, foram realizados exames no paciente durante seis horas para definir o estado de morte cerebral

Instituto questiona atendimento a argentino
Órgão Brasileiro de Defesa dos Deficientes quer esclarecer o tratamento a Carlos Maslup

Das agências de notícias
No Rio de Janeiro

O Instituto Brasileiro de Defesa dos Deficientes (IBDD) quer esclarecer as circunstâncias do atendimento médico emergencial dado ao atleta argentino, Carlos Maslup. O medalhista de bronze no tênis de mesa no Pan do Rio sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) na madrugada do último domingo e está em coma no CTI do Hospital Municipal Salgado Filho.

Para o Instituto Brasileiro de Defesa dos Deficientes, a diferença do serviço de saúde oferecido nos Jogos Pan-Americanos e nos Parapan-Americanos pode ter prejudicado o socorro ao atleta. Para o assessor de comunicação do instituto, Andrei Bastos, a irregularidade começou com a retirada dos serviços da empresa privada de saúde que atendeu ao Pan.

- Nós consideramos que isso configura uma discriminação e evidentemente que isso trazia risco para os atletas para-olímpicos, já que eles não poderiam ser atendidos nos hospitais na rede privada de saúde, ficariam restritos à rede pública. Estamos vendo se é possível apurar responsabilidades, tanto na questão da empresa privada de saúde não dar assistência ao Para-pan, como no caso do atleta argentino, porque aí a coisa fica realmente muito mais séria - destaca Bastos.

Em nota oficial enviada pelo Comitê Organizador do Parapan, o chefe médico da competição, Dr. João Grangeiro, ressaltou que a terapia intensiva no paciente foi iniciada ainda na unidade do Corpo de Bombeiros, fato este considerado fundamental diante da gravidade do caso. Grangeiro disse ainda que este teria sido o mesmo procedimento adotado durante os Jogos Pan-Americanos Rio 2007, caso alguma ocorrência grave tivesse acontecido durante aqueles Jogos.

Em nota oficial, CO-Rio volta a destacar procedimento padrão dado ao atleta

"Ao lamentar profundamente o falecimento de Carlos Maslup, o CO-RIO reitera que todos os procedimentos adotados no atendimento ao atleta argentino seguiram o que foi previsto pelo Departamento Médico do CO-RIO, pela Secretaria de Defesa Civil – Grupo de Socorro de Emergência (CBERJ) e pela Secretaria Municipal de Saúde para casos semelhantes, procedimentos estes que teriam sido adotados durante os Jogos Pan-americanos Rio 2007, caso alguma ocorrência grave tivesse acontecido durante aqueles Jogos."

Médico aprova atendimento a argentino
CO-Rio diz que procedimento seria o mesmo se caso fosse no Pan-Americano

GLOBOESPORTE.COM
No Rio de Janeiro

A falta de apoio de uma empresa de saúde privada no Parapan não fez diferença no atendimento do mesa-tenista argentino Carlos Maslup, que sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) no último domingo. É o que afirma o chefe médico do Comitê Organizador dos Jogos 2007 (CO-Rio), Dr. João Grangeiro, em nota oficial distribuída à imprensa.

"Dr. João Grangeiro ressalta que a terapia intensiva no paciente foi iniciada ainda na unidade do Corpo de Bombeiros, fato este considerado fundamental diante da gravidade do caso. Grangeiro ressalta ainda que este teria sido o mesmo procedimento adotado durante os Jogos Pan-Americanos Rio 2007, caso alguma ocorrência grave tivesse acontecido durante aqueles Jogos", diz o comunicado.

Cesar Maia oferece ajuda a atleta internado
Prefeito do Rio diz que poderia recorrer à rede privada de saúde, se tivesse sido procurado

Flávia Motta Do GLOBOESPORTE.COM,
no Rio de Janeiro

Apesar de os Jogos Parapan-Americanos não terem contado com apoio de uma empresa de saúde privada, o prefeito do Rio, Cesar Maia, disse que isso não seria impedimento para tratar o mesa-tenista argentino Carlos Maslup. O atleta sofreu um AVC no último domingo e está internado no hospital municipal Salgado Filho, na Zona Norte carioca.

Por e-mail, o prefeito disse ao GLOBOESPORTE.COM que não foi informado sobre o caso.

- Se tivesse recebido um e-mail teria resolvido mesmo que na rede privada - afirmou.

Maslup passou mal na madrugada de domingo, na Vila Parapan-Americana, e foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros. Levado para o Hospital Miguel Couto, na Zona Sul do Rio, foi atentido por um neurocirurgião e fez exames que atestaram a necessidade de internação em CTI. No domingo à tarde, o atleta foi transferido para o Salgado Filho.

Cônsul-geral da Argentina no Rio, Luis Eugenio Bellando informou que chegou-se a cogitar a transferência do atleta para seu país, mas seu estado de saúde é muito delicado. Mais uma vez, o prefeito se mostrou disposto a colaborar.

- Se a Prefeitura for contatada, resolverá o caso como outros semelhantes independentemente até de obrigações - assegurou.

22.8.07

Carlos Maslup tem morte cerebral

O atleta argentino Carlos Maslup, que sofreu um AVC durante os Jogos Parapan-americanos, teve morte cerebral hoje no Hospital Salgado Filho, no Méier.

Estado de saúde de atleta é grave

O Globo, 22/08/2007:

Estado de saúde de atleta é grave

Argentino que competiu no Parapan esperou dez horas para ser internado

JACQUELINE COSTA

É muito grave o estado de saúde do atleta argentino Carlos Maslup, medalha de bronze no tênis de mesa dos Jogos ParapanAmericanos, que sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) por volta das 4h de domingo. Como informou Ancelmo Goisem sua coluna no GLOBO, por falta de vagas, o argentino não pôde ser internado no CTI do Hospital Miguel Couto, na Gávea, aonde chegou por volta das 5h, apesar de uma tomografia computadorizada ter confirmado o AVC. Foram quase dez horas deespera até Carlos dar entrada, às 15h de domingo, no Hospital Salgado Filho, no Méier. Segundo a Secretaria municipal de Saúde, o mesa-tenista, de 48 anos, está em coma induzido.

Como o Parapan não contou com patrocínio de plano de saúde privado - ao contrário do Pan, cujos atletas foram atendidos pela Golden Cross - Carlos foi atendido na Vila ParapanAmericana por médicos do Corpo de Bombeiros, que o levaram para o Miguel Couto.

Em nota, o Comitê Organizador Rio 2007 (CO-Rio) informou que todos os procedimentos adotados no atendimento ao argentino estão de acordo com o previsto. O comunicado ressalta que, segundo o chefe médico do CO-Rio, João Grangeiro, a terapia intensiva no paciente foi iniciada na unidade do Corpo de Bombeiros. Até o fim do mês, o CO-Rio arcará com todas as despesas de hospedagem, transporte e comunicação do membro do Comitê Executivo do Comitê Paraolímpico Internacional José Luis Campo e da mulher de Carlos Maslup, que permanecerão no Rio acompanhando o estado do paciente.

A Secretaria de Saúde nega que o estado de saúde de Carlos tenha se agravado por causa da demora na sua internação no CTI. Ainda de acordo com a secretaria, o atleta não foi levado para o Hospital Lourenço Jorge (mais próximo da Vila doParapan) porque a unidade não tem serviços de neurocirurgia.

Para o cônsul-geral da Argentina no Rio, Luis Eugenio Bellando, não há o que reclamar do atendimento ao atleta: - Ele foi atendido com rapidez e os médicos do hospital estão fazendo o possível para melhorar seu estado de saúde.

O vereador Márcio Pacheco (PSDB), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência da Câmara, visitou o atleta: - O Rio provou que não está preparado para atender os deficientes físicos - disse.

21.8.07

Heroísmo sem limites - os autores

A arte do encontro

Poucas vezes assistimos a conspirações do destino tão generosas quanto a que resultou neste livro.

Essa conspiração do destino nos fez encontrar João Máximo, por exemplo, que é o mesmo que encontrar o jornalismo esportivo brasileiro, mas é também o mesmo que encontrar a alma sensível de um profundo conhecedor da nossa música popular, a alma de um poeta que freqüenta as redações de esporte e de cultura desde os anos 1960. Gigantes do futebol brasileiro, História ilustrada do futebol brasileiro, História das 10 Copas, Brasil Musical - Viagem pelos sons e ritmos populares, Noel Rosa - Uma biografia, Bossa nova, do barquinho ao violão são títulos de livros escritos por João, sozinho ou com parceiros. Aqui, em Heroísmo sem limites, o João Máximo que pensava conhecer tudo do esporte descobriu um mundo novo, belo, rico, e honra a causa das pessoas com deficiência ao se apresentar como seu mais novo engajado.

No lugar certo, na hora certa, na editoria de esportes de uma redação de jornal. Onde mais poderíamos encontrar o parceiro ideal de João para construir as palavras deste livro? A conspiração do destino então nos reuniu a Rogério Daflon, que acabara de sentar à sua mesa para redigir a matéria do dia, bem em frente a João. Daflon gosta “de andar pelas ruas do Rio e de qualquer cidade do mundo descobrindo coisas interessantes”. É verdade que ele já conhecera o mundo invisível das pessoas com deficiência quando fez uma reportagem sobre o nadador André Brasil. Mas nunca mergulhou tão fundo. Ao entrevistar atletas com diferentes deficiências, que têm em comum histórias de vida muito ricas, e escrever seus perfis, Rogério Daflon descobriu o universo dessas estrelas. Serão elas autoras dessa conspiração generosa?

É impossível pensar um livro de esportes sem riqueza de imagens. João Máximo, sem saber que iria ao encontro de uma idéia já aventada, disse o nome do fotógrafo Rogério Reis para acompanhá-lo neste trabalho. O nome foi consenso pois só um olhar criador poderia capturar os momentos fugidios de beleza e movimento do esporte. Das oficinas de arte do MAM, nos anos 1970, ao projeto da Unesco Our Place - the Photographic Celebration of the World's Heritage, que passa a integrar em 2007, e sem esquecer a foto de Drummond em Copacabana, de 1982, reproduzida em bronze no centenário do poeta, Rogério eternizou incontáveis instantes de humanidade. Nas imagens deste livro está registrada sua própria humanidade, pois ele também descobriu um mundo novo e se apaixonou.

Antes de conquistar seu objetivo final, o livro que agora pode ser apreciado, a conspiração leva João Máximo a outro encontro com idéia já aventada. O nome de Victor Burton. Um mestre nas artes gráficas. Sim, é dessa maneira que apresentamos a participação de Burton neste livro. Jovem ainda, ele retornou de Milão no final dos anos 1970 e se tornou diretor de arte da Editora Nova Fronteira. Hoje seu portfólio contém mais de duas mil capas e centenas de projetos de livros, e sua trajetória profissional desenhou um estilo próprio, de forte personalidade. Há muito tempo Victor Burton é referência no design gráfico brasileiro. Seus parceiros neste livro não eram desconhecidos para ele e a amizade já o aproximara de Teresa Amaral. Com certeza as estrelas sabiam disso e escolheram Victor Burton e Angelo Allevato Bottino porque autores, atletas e IBDD têm na sua arte o lugar do encontro.

Heroísmo sem limites - o livro

Com a publicação deste livro, o Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD) cumpre mais da sua missão. Como este livro, uma missão cheia de ousadia, beleza e poesia.

Uma ousadia que não está na coragem de o IBDD se apresentar como uma instituição diferente, em oposição ao assistencialismo tradicional no país, mas sim no espírito da luta pela cidadania de cada deficiente.

Uma beleza que não está na solidariedade humana que se respira no IBDD, em oposição ao egoísmo dominante na sociedade, mas sim nos movimentos, falas e olhares de pessoas com deficiência física, auditiva, visual e mental, que dançam em cadeiras de rodas, se comunicam em Libras e enxergam sentimentos que os olhos não vêem.

Uma poesia que não está no sonho de igualdade perseguido pelo IBDD, não está nas belas palavras das histórias contadas neste livro com brilhantismo por João Máximo e Rogério Daflon, não está nas imagens dessas histórias, igualmente belas, produzidas por Rogério Reis, nem nas rimas do poema visual criado por Victor Burton e Angelo Allevato Bottino para apresentar esta realidade, alimento do sonho perseguido.

A poesia está no olhar de cada ser humano, com deficiência ou não, para as diferenças que fazem parte da aventura de viver. A poesia está em “tocar com humildade a humilhação”.

Este livro é a homenagem devida pelo IBDD aos seus atletas, verdadeiros heróis da sua saga. Ele apaixonou a todos os envolvidos na sua produção, de Teresa Costa d’Amaral ao impressor da Gráfica Minister. Diante do sentido da vida redescoberto por quem tomou conhecimento do mundo das pessoas com deficiência pela primeira vez, como os autores deste livro, não há mais nada a dizer.

Reportagem do Bom Dia Rio da TV Globo

Reportagem do Jornal Nacional da TV Globo

Guia IBDD do Rio Acessível na TVE

19.8.07

Omissão e silêncio

O Globo, Tereza Cruvinel, 19/08/2007:

Omissão e silêncio

Os Jogos Para-Pan, que se encerram hoje no Rio, deixaram lições inesquecíveis sobre a grandeza e a força dos que superam seus limites. O legado destes jogos devia ser uma pausa mínima da sociedade para pensar nos 25,6 milhões de brasileiros portadores de alguma deficiência. É um grande contingente, 13% da população. Ao longo de séculos, uma sociedade perversa preferiu ignorá-los ou escondê-los. Isso mudou muito, mas preconceito ainda existe, direitos ainda são negados, há boas leis, mas descumpridas. Agora tramita na Câmara o Estatuto do Deficiente. Ele divide as entidades, mas a sociedade e os partidos passam ao largo.

Passam ao largo por achar que este é um problema de uma minoria, que não lhes diz respeito. Um comportamento equivalente ao das famílias que antigamente escondiam os seus "diferentes" no quarto dos fundos. A maior conquista deles nos anos recentes foi tornarem-se sujeitos da luta pelos próprios direitos.

É do senador Paulo Paim (PT-RS) a proposta do Estatuto, lei maior que deve abarcar toda a legislação sobre o tema. Ele é autor do já aprovado Estatuto do Idoso e do Estatuto da Igualdade Racial, em tramitação também. Para aprová-lo no Senado, atuou em estreita parceria com o senador Flávio Arns (PT-PR), outro parlamentar militante, ligado às Apaes, presidente da ABDEM – Associação Brasileira de Desporto para Deficientes.

O projeto tramitou sob aquele silêncio das propostas sem lobby. Com a votação marcada, na semana passada, o ministro-chefe da Secretaria de Direitos Humanos, Paulo Vanucci, soube da reação das entidades no Conade (Conselho Nacional de Defesa dos Direitos dos Deficientes). Foi pessoalmente à Câmara negociar com o relator, Celso Russomano (PP-SP). Eis que surge também uma frente parlamentar pró-deficientes, coordenada pelo deputado Geraldo Resende (PMDB-MS), e pede providencialmente a retirada do projeto de pauta. Vanucci tenta ser um mediador . Não vê ameaça no Estatuto , mas acha que ele não pode colidir com o entendimento do Conade.

Por que as entidades são contra , se aparentemente um Estatuto é uma conquista, uma lei de grande alcance? A maior parte delas acha que ele pode significar retrocesso, não avanço, como diz Teresa Costa d’Amaral, uma guerreira, presidente do IBDD – Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência:

- Somos contra o Estatuto. A Constituição é o estatuto de todo brasileiro, com deficiência
ou não. Um estatuto fará de cada deficiente um cidadão diferente, contrariando as decisões do segmento, sua história e suas conquistas, na perspectiva da inclusão.

Este também é o argumento de Andrei Bastos:

- Já existem leis que resguardam os direitos dos portadores de deficiências. O que é preciso é cobrar do Executivo o cumprimento delas. Não queremos o Estatuto do coitadinho.

Teresa acha que o estatuto, "prolixo, repetitivo e inexeqüível em seus 287 artigos", levaria à revogação de muitas leis já em vigor, inclusive a obrigação estabelecida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação quanto ao acesso à escola regular, inclusiva. Seria comprometida a implementação dos prazos fixados pela Lei de Acessibilidade, para os entes federativos implantarem os acessos aos logradouros e locais públicos e de uso coletivo. E para que as empresas de ônibus façam adequações para usuários de cadeiras de roda. Hoje, apenas 20% das escolas têm acessos especiais. Vanucci diz que este ano a Secretaria vai reformar 270 escolas, mil em 2008, e 2000 nos anos seguintes, como meta.

Deve ser difícil para Paim, engajado na defesa das minorias, lidar com a rejeição à proposta.

- São receios justos, devemos conversar, mudar o que não esteja claro. Mas, se apontarem um só ponto prejudicial aos deficientes, eu rasgo o Estatuto.

Talvez não seja o caso, talvez seja. Falta debate, falta atenção geral ao tema.

17.8.07

Medalhas para atletas do IBDD

Os atletas do IBDD André Brasil, Antônio Tenório, Eduardo Paes, José Afonso Medeiros (Caco), José Carlos Monteiro Guimarães (Zeca) e Vinícius Luís da Silva receberão a Medalha de Mérito Esportivo Pan-americano da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

A iniciativa é do vereador Stepan Nercessian e a solenidade será realizada no CREA - Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio de Janeiro, dia 21 de agosto, às 15h30m. Endereço: Rua Buenos Aires, 40, 5º andar - Centro

Os convites estão à disposição no IBDD, tel.: (21) 3235-9290.

16.8.07

Deu no Globo

O Globo, Esportes, 16/08/2007:

Heroísmo sem limites

Com textos de João Máximo e Rogério Daflon, o Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD) lança hoje, às 19h, no Centro Cultural Banco do Brasil, o livro "Heroísmo sem limites", que homenageia atletas portadores de deficiência. Alguns ícones do esporte paraolímpico são retratados não apenas na vida esportiva como nas conquistas de cidadania. Um deles é o judoca peso-pesado Antônio Tenório, tricampeão paraolímpico em Atlanta-1996, Sydney-2000 e Atenas-2004.

O Globo, Gente Boa, 16/08/2007:

Rogério Daflon, João Máximo e Rogério Reis lançam hoje, pelo IBDD, o livro "Heroísmo sem limites", no CCBB, a partir das 19h.

10.8.07

Convite


9.8.07

Em O Globo desta sexta-feira


8.8.07

Marketing equivocado

Nota sobre os recentes equívocos na organização do Parapan

O Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD) considera que a exclusão do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) da organização dos Jogos Parapan-americanos comprometeu qualquer possibilidade de o evento contribuir para o desenvolvimento do esporte paraolímpico nacional.

Da mesma forma, tal exclusão impossibilitou que as instalações esportivas fossem construídas adequadamente acessíveis, como é o caso da piscina do Parque Aquático Maria Lenk, ou adaptadas corretamente, como é o caso do Maracananzinho. Portanto, o que era para ser um legado para os desportistas com deficiência brasileiros e, particularmente, para os do Rio de Janeiro, não passou de um artifício de marketing para o Rio ganhar os Jogos Pan-americanos.

No caso da Golden Cross, que não estenderá ao Parapan o atendimento que deu ao Pan, seja por que motivo for, o simples fato já configura discriminação e é preciso encontrar os responsáveis para que sejam tomadas as medidas judiciais cabíveis.

Fonte: www.ibdd.org.br

Em busca de apoio

Gilberto Carvalho, Chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República, reuniu-se nesta segunda-feira, no Palácio do Planalto, com um grupo ligado ao movimento das pessoas com deficiência. Participaram da reunião: Hélcio Eustáquio Rizzi, Assessor Técnico da Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência – CORDE; Larissa Beltramin, Chefe de Gabinete do Secretário Adjunto da Secretaria de Direitos Humanos; Teresa Costa d’Amaral, Luiz Cláudio Pereira, Andrei Bastos, do Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD), do Rio de Janeiro; Linamara Rizzo Batistella, diretora do Centro de Reabilitação do Hospital das Clínicas - USP, de São Paulo.

O grupo procurou Gilberto Carvalho para obter o apoio do governo para a ratificação da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU, por intermédio da sua base parlamentar, e externou sua grande preocupação, consensual, com a possibilidade de aprovação do PL 7.966/06, o Estatuto do Coitadinho.

Fonte: www.ibdd.org.br

7.8.07

Perigo à vista!

Recebi a informação de que o PL 7.966/06 (Estatuto do Portador de Deficiência) será votado amanhã na Câmara Federal. Estou checando, mas é bom que todos façamos isso e nos mobilizemos pela não aprovação.

3.8.07

Comportamento vil

ANDREI BASTOS

Vileza! É o mínimo que podemos dizer da decisão da Golden Cross de não prestar assistência aos atletas dos Jogos Parapan-americanos. Tal decisão, de não associar o nome da empresa à imagem dos deficientes, só pode ter sido determinada por um marketing aleijado eticamente. Se tal idiotice foi pensada para preservar ou valorizar a marca, vamos ver como ela fica agora, associada ao preconceito e à discriminação!

Até como negócio é uma atitude burra não querer prestar serviços de assistência médica a pessoas com deficiência. Em primeiro lugar, porque deficiência não é doença. Depois, porque na maioria dos casos, em razão das suas próprias condições, os deficientes são mais cuidadosos com a saúde e praticam muito mais a prevenção. E essas não são afirmações infundadas, pois existem números que demonstram a baixa sinistralidade de contratos entre grupos de deficientes e planos de saúde.

No plano de saúde que o Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD) oferece aos seus aproximadamente 300 funcionários e atletas com deficiência, por exemplo, o índice de sinistralidade é 44,8%. Esta condição permitirá que sua renovação seja feita com redução de preço, pois é um bom negócio para a prestadora de serviços de assistência médica.

A despeito do tiro no pé que a Golden Cross deu, por puro preconceito ou por desconhecer números tão atraentes para qualquer negociante medianamente esperto, a questão que se coloca em primeiro lugar é a da discriminação. Nesse sentido, era de se esperar que o governo federal respondesse ao despropósito da Golden com atitudes firmes e não ficando triste e procurando remendar a situação com o SUS.

Tristes, estamos nós com a omissão do Estado, desde seu próprio desrespeito à lei, quando não promove acessibilidade em seus prédios públicos, até a parcimônia com que tolera as manobras de agentes vendidos à máfia dos transportes coletivos, tanto lobistas como parlamentares, não reagindo à tramitação no Congresso de propostas que, se aprovadas, promoverão o retrocesso nas conquistas das pessoas com deficiência, como é o caso do PL 7.966, o Estatuto do Coitadinho.

Doeu em Brasília

O Globo, Ancelmo Gois, 03/08/2007:

Doeu em Brasília

A decisão da Golden Cross, que cuidou dos atletas do Pan, de não estender a assistência ao ParaPan deixou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, triste com a empresa.

Ontem, o governo preparava, a toque de caixa, um esquema para o próprio SUS assumir a cobertura dos atletas.

ParaPalácio

Sérgio Cabral decidiu ontem mesmo mandar construir acessos para deficientes no Palácio Guanabara.

É que, na véspera, Georgette Vidor não pôde participar do lançamento para as Olimpíadas de 2016 por falta de acesso.

ParaPF

Os policiais federais que vão atuar no ParaPan fazem hoje um curso para aprender a lidar com os atletas portadores de necessidades especiais.